O All-domain Anomaly Resolution Office (AARO) o braço do Pentágono responsável por investigar o fenômeno UAP apresentou relatório sobre uma amostrada de material que era atribuída ao Incidente Roswell no Novo México.
O departamento enviou uma amostra do material recolhido para o Oak Ridge National Laboratory em 2022, de acordo com um comunicado à imprensa desta quinta-feira (11). O Oak Ridge estudou o material por dois anos e enviou seu relatório para o AARO em abril, e a conclusão, como já era de se esperar, é que a amostra provavelmente não é alienígena.
Segundo a AARO, é provável que seja apenas um em uma longa linha de materiais experimentais do século XX, criados em um esforço para fazer uma aeronave mais leve e mais forte.
“Este espécime foi publicamente alegado como um componente recuperado de um veículo extraterrestre acidentado em 1947, e supostamente exibe propriedades extraordinárias, como funcionar como um guia de ondas terahertz para gerar capacidades antigravitacionais”, disse a AARO no comunicado à imprensa. “Considerando todas as evidências disponíveis, a AARO avalia que este espécime é provavelmente um objeto de teste, um produto ou subproduto de fabricação, ou um componente material de estudos de desempenho aeroespacial para avaliar as propriedades de ligas [de magnésio].”
De acordo com o relatório, o pedaço da nave que teria caído em Roswell é apenas um composto normal de magnésio.
“Embora a origem, a cadeia de custódia e o propósito final deste espécime permaneçam obscuros, uma análise moderna e robusta de sua composição química e estrutural e propriedades não indica que sua origem seja não terrestre, nem os dados indicam que o material examinado já teve a camada de bismuto monocristalino puro que poderia ter atuado como um guia de ondas de terahertz”, disse Oak Ridge em seu relatório.
A fonte do espécime estudado é a do To The Stars Academy, uma organização de pesquisa independente liderada pelo vocalista do Blink-182 e entusista dos OVNIs, Tom DeLonge. A organização disse em um comunicado à imprensa que “o material é claramente projetado com camadas distintas de MgZn e Bi em espessuras estruturadas de apenas mícrons de espessura” e “não há precedentes para essa combinação estruturada de materiais”.
O Laboratório Nacional de Oak Ridge concordou em analisar o material depois que To The Stars consentiu em estudá-lo.
“Embora a longa cadeia de custódia para este espécime não possa ser verificada, o interesse público e da mídia no espécime garantiu uma investigação transparente que aderiu ao método científico”, disse o relatório. “As propriedades físico-químicas do espécime são alegadas para tornar o material capaz de “redução de massa inercial” (ou seja, levitação ou funcionalidade antigravitacional), possivelmente atribuível às camadas de bismuto e magnésio do material agindo como um guia de ondas terahertz.”
A AARO e a Oak Ridge dizem que o material é provavelmente um teste inicial de novas ligas aeroespaciais do século XX. “Houve uma ampla pesquisa doméstica sobre ligas [de magnésio] para fuselagens, motores, armas e sistemas de entrega começando em 1915 e atingindo o pico durante a Segunda Guerra Mundial”, relataram as organizações.
“Muitas ligas experimentais [de magnésio] falharam por razões não bem compreendidas na época do teste, por exemplo, corrosão sob tensão”, disse a AARO em seu comunicado à imprensa. “Não é de surpreender que os registros de projetos de ligas [de magnésio] com falha sejam escassos. Nem a AARO nem o ORNL puderam verificar a origem histórica do espécime. Relatos pessoais conflitantes e não verificáveis complicam sua cadeia de custódia não documentada.”
Nem o comunicado à imprensa nem o relatório de Oak Ridge mencionam Roswell, Novo México, mas apontar a data de recuperação do material para 1947 torna provável que quem deu a amostra para To The Stars tenha alegado que foi de lá que ela veio.