Cerca de 200 pirâmides antigas podem ser encontradas ao longo das margens do rio Nilo, no deserto oriental do Sudão. Por aproximadamente um milênio, essas estruturas abrigaram os governantes do Reino Meroítico, incluindo reis e rainhas. A região conhecida como Núbia, localizada no norte do Sudão, abriga essas pirâmides núbias, construídas pelos governantes kushitas, também conhecidos como “faraós negros”. Essas pirâmides em Meroé, Sudão, datam de cerca de 760 aC a 650 aC. Durante esse período, cinco faraós kushitas exerceram seu domínio, governando o território que se estendia desde a Núbia até o Mar Mediterrâneo.
Próximo a Meroé, há um cemitério real situado a leste, repleto de cerca de 50 pirâmides construídas com arenito e tijolo vermelho, variando em altura. Muitas delas possuem topos danificados, resultado da intervenção de invasores europeus no século XIX. A cidade real localizada a oeste de Meroé apresenta ruínas de um palácio, um templo e um banho real. A influência global de Meroé é evidente na arquitetura de cada edifício, que combina elementos decorativos dos estilos locais, egípcios e greco-romanos.
Os primeiros vestígios de assentamentos na região norte do Sudão datam de cerca de 300 mil anos atrás. Nessa região, floresceu o primeiro reino na África Subsaariana, o Reino de Kush, que existiu aproximadamente de 2.500 aC a 1.500 aC. Essa cultura notável produziu algumas das cerâmicas mais esplêndidas encontradas no Vale do Nilo, destacando-se os refinados copos KermaO Sudão ganhou reconhecimento por suas vastas riquezas naturais, especialmente ouro, ébano e marfim.
Esses preciosos materiais foram empregados na confecção de uma variedade de artefatos que hoje fazem parte das coleções do Museu Britânico. Durante o período do Império Antigo (por volta de 2.686 aC a 2.181 aC), os antigos egípcios foram atraídos para o sul em busca desses recursos, o que muitas vezes resultou em conflitos, à medida que monarcas egípcios e sudaneses se envolviam em lutas pelo controle do comércio na região.
Meroé se destaca por quase duzentas pirâmides, muitas das quais se encontram em estado de ruína. Elas compartilham as dimensões e proporções características das pirâmides da Núbia. Estas estruturas, situadas às margens leste do Nilo, próximo a um conjunto de assentamentos conhecido como Bagrawiyah, apresentam tamanhos menores, porém igualmente impressionantes em beleza em comparação às mundialmente famosas pirâmides egípcias. Nomeadas em homenagem a Meroé, a capital do antigo Reino de Kush, localizado na região que hoje corresponde à República do Sudão, essas pirâmides carregam consigo a história dessa civilização.
Após a queda da 24ª dinastia egípcia em torno de 1000 aC, o Reino Núbio de Kush emergiu como a força dominante na área do médio Nilo. Durante o período de 712 a 657 aC, os monarcas kushitas conquistaram e estabeleceram seu domínio sobre uma grande parte do Egito. Com a mudança da capital do reino e do cemitério real para a região de Meroé em 300 aC, a tradição faraônica de construir pirâmides para servirem como túmulos dos governantes encontrou continuidade nesse novo local.
A ENIGMÁTICA PINTURA
Em 1821, o francês Frédéric Cailliaud revelou aos europeus a localização de Meroë. Muitos objetos curiosos e enigmáticos, como esculturas e pinturas nas paredes dos túmulos, foram descobertos. Uma das pinturas intrigantes mostrava um gigante colossal segurando dois elefantes. (Fonte)
Segundo o historiador romano Flávio Josefo, que escreveu em 79 DC, os últimos gigantes do Egito viveram no século 13 aC, no tempo do rei Josué. Ele afirmou que eles eram de tamanho enorme e tinham rostos tão distintos dos humanos normais que era espantoso vê-los e temível ouvir suas vozes fortes, que pareciam o rugido de um leão.
Suas feições não são núbias, mas caucasianas e seus cabelos são claros. Será esta pintura mural uma prova da existência de uma raça de gigantes ruivos com seis dedos na antiguidade?
Além disso, várias pinturas antigas no Egito mostram os construtores das pirâmides como “Gigantes”, com 5 a 6 metros de altura. De acordo com especialistas, cada um desses gigantes podia erguer de 4 a 5 toneladas de blocos. Algumas das pinturas antigas mostravam reis enormes dominando o Egito antigo, enquanto outras mostravam alguns servos obedecendo aos gigantes.
Sabemos que não há provas científicas de que humanos-gigantes, ou mesmo gigantes não-humanos, tenham existido na África antiga. Mas sabemos que muitos mistérios envolvem aquele continente. E muitos indícios nos levam a questionar à história tradicional contada nos livros. Alguns pesquisadores também sugerem que algumas pegadas gigantes encontradas na África do Sul podem ser vestígios de seres humanos pré-históricos de grande estatura, dentre outros achados, que infelizmente são ignorados pela ciência tradicional.
De qualquer forma, uma coisa é certa, a África antiga foi palco de civilizações poderosas e influentes, como a Egípcia, a Núbia e a Axum, que deixaram monumentos impressionantes, como pirâmides, obeliscos e templos. Essas civilizações tinham conhecimentos avançados de matemática, astronomia, arquitetura e arte, e mantinham relações comerciais e diplomáticas com outros povos da Ásia e da Europa, deixando-nos um grande legado de aprendizado e perguntas.