Luis Barroso Fernandes, anos após sua experiência. Ao lado dele, o médico Antônio Moreira Magalhães que o acompanhou até o seu falecimento.
Barroso foi atendido em Fortaleza pelos médicos José Pelegrino Alves e Glauco lobo, ambos neurologistas e psiquiatras. Eles criticaram as informações do Dr. Magalhães – quando este declarou por escrito que havia acreditado na história de um contato com disco voador – o que para eles seria apenas um problema psíquico comum. Mas a coisa não era tão simples assim e, sem conseguirem um diagnóstico, os médicos o encaminharam de volta a Quixadá, receitando a família o obvio: afastá-lo do trabalho.
Como a situação agora era insustentável e Barroso piorava a cada dia, sua esposa e filhos resolveram interná-lo num hospital psiquiátrico de Fortaleza, localizado na avenida Bezerra de Menezes, no bairro São Geraldo, onde foi atendido por 16 clínicos especializados – sem que chegassem a um denominador comum. Assim, ficou-se portanto sem uma explicação clínica para a doença de Luis Barroso Fernandes. Em Fortaleza falamos com o Dr. José Pelegrino Alves: ‘’Que Ufo coisa nenhuma, Athayde. Você continua pirado com esse negócio de discos voadores? Tenho lido seus trabalhos nos jornais e quase não dá pra acreditar, ETs? O seu cliente Barroso é doente.
Ele não está bem, e embora eu não saiba realmente o motivo, não acredito que tenha sido levado por UFOs. Na Medicina existem casos que não podem ser explicados. Este é um deles. Nego-me, com o devido respeito aos seus estudos, a acreditar que exista algo com Ets neste caso… Cá pra nós, eu não sei o que está acontecendo e nem o que houve na verdade. Quem deve saber mesmo é o Dr. Magalhães de Quixadá, você já falou com ele? Olha, esquece isto, senão você pode ficar como o Barroso, pirado de vez. Mas me diga, como vão as coisas com você?’’.
O Dr. Pelegrino desconversou classicamente, deixando-me sem saber o que realmente achava do Caso Barroso. Procuramos o Dr. Glauco Lobo, mas ele não nos atendeu. No hospital não nos deixaram verificar a ficha do paciente, alegando que era confidencial e somente médicos tinham condição e permissão para tal. Depois de passar pela junta médica nenhum diagnóstico digno de crédito foi encontrado, e sem ter mis a quem recorrer, apelaram para medicina alternativa, o que também não deu resultados. Sem êxito em todos os tratamentos propostos, o paciente ficou novamente sob os cuidados do Dr. Magalhães que, agora, tinha certeza de que realmente algo fora do comum havia acontecido com seu paciente, uma vez que, em Fortaleza, seus colegas passaram a considerar Barroso como um paciente que deveria ser estudado por especialistas de fora do país.
Enquanto isso, mesmo sem boas condições tecnológicas, o Dr. Magalhães acompanhava o paciente, prestando-lhe toda a cobertura cabível dentro das possibilidades de uma pequena cidade situada num estado pobre e sem apoio governamental e científico para os casos desta natureza – um dos mais importantes na casuística ufológica mundial, não temos dívidas. Luis Barroso Fernandes piorava a olhos vistos e agora, além dos primeiros sintomas físicos anômalos, passava a acumular água no organismo. Seu corpo estava coberto por edemas, e o lapso de memória tinha piorado a tal ponto, que não reconhecia mais as pessoas e ignorava os valores do dinheiro que recebia. Com o tempo foi feita uma se esquecendo também dos nomes de familiares e amigos mais próximos, até que finalmente, passou a fazer as suas necessidades fisiológicas na cama, além de perder o controle da locomoção motora, caindo sobre os móveis.
Luis Barroso Fernandes, vários anos após sua extraordinária experiência.
Com isso, foi obrigado a permanecer deitado, sendo atendido por uma enfermeira. Novamente foi feita uma tentativa para esclarecer o que estava acontecendo com Barroso, mas nenhum dos exames efetuados apresentou anormalidades. Foram realizados exames eletroencefalograma, urina, glicose, colesterol, e uma série de outras análises clínicas, que não apresentaram qualquer irregularidade. O organismo do paciente gozava de perfeita saúde, e somente seu cérebro havia sido atingido ou, quem sabe, trabalhado por alguém quando fora raptado para o interior da nave…
Segundo o Dr. Magalhães, Barroso está regredindo mentalmente e se encontra com a idade de aproximadamente um ano, pronunciando apenas três palavras: mamãe, dá e medo. O que mais impressiona neste caso é o fato da regressão mental tê-lo feito articular a palavra medo com muito nervosismo – sempre que batíamos fotos e os flashes eram acionados. Isso nos fez pensar que talvez ele lembrasse das luzes com as quais fora agredido quando imobilizado em sua charrete. Luis Barroso Fernandes vegetou em sua casa, numa cama com colchão d’água, com uma enfermeira permanentemente à sua cabeceira.
Não falou e não se movimentou mais, apenas gemendo e contorcendo a boca como se desejasse comunicar algo àqueles que estão ao seu redor. De acordo com o Dr. Magalhães, ele escutava normalmente, não reagia a toques ou beliscões, e apresentava convulsões a cada 10 minutos, estando assim num estado epilético irritativo, sem controle medicamentoso e se alimentando com mamadeiras. Contudo o mais espantoso – alerta o médico – é o rejuvenescimento da sua pele. O rosto rosado, a derme sem rugas ou manchas, era semelhante à face de um garoto de 17 anos. Os membros superiores, mesmo com a pele escamosa, estavam com os músculos rígidos, impossíveis para um homem de 68 anos que se alimenta mal e não faz exercícios físicos há alguns anos.
Barroso, embora inválido, apresenta um aspecto saudável e nos parece realmente ser um bebê, não se encontrando uma ruga sequer em seu rosto. Os olhos claros e vidrados olham para o infinito como se visualizassem um mundo diferente do nosso, que talvez ele conheça tão bem como aqueles que os raptaram. O certo é que realmente aquele cidadão pacato de 45 anos teve a infelicidade de ser levado por seres inescrupulosos ou cientistas à procura de algo que possa melhorar suas vidas, em lugares bem mais distantes do que possamos imaginar… Sua esposa Teresinha, nos primeiros contatos com nossos pesquisadores pediu que publicássemos a seguinte mensagem: ”Peço às autoridades terrestres que desçam dos seus pedestais e acordem para a realidade dos UFOs, empregando tudo o que for necessário para esclarecê-los, ajudá-los, se for o caso, ou bani-los do nosso planeta. Só assim não teremos outros pais de famílias inutilizados como o nosso querido Barroso…”.
Luis Barroso Fernandes, vários anos após sua extraordinária experiência.
Jornal Cearense abordando o caso na época.
Jornal Cearense abordando o caso na época.
Entrevista com Luis Barroso
Ainda em condições normais de raciocínio procuramos entrevistar Barroso, fazendo com que sentisse a necessidade da divulgação do caso, pois sabíamos que ele não havia sido o primeiro e não seria o último, podendo assim ajudar muito nos esclarecimentos futuros. Apesar de não querer mais ser molestado com este assunto, concordou desde que não fossem tiradas fotografias.
Athayde – Barroso, você pode nos contar o que realmente aconteceu naquela manhã?
Barroso – Claro. Não queria mais falar sobre o assunto, pois a Imprensa e outras pessoas não me deixam em paz. Mas, lá vai: Como já falei, eu seguia na minha charrete quando alguma coisa luminosa passou por cima de nós e parou na frente, descendo no asfalto. Parecia ser apenas uma luz, mas depois que se apagou era algo como uma roda grande de trator ou como uma tartaruga mal acabada, cor de alumínio e silenciosa. Recebemos uma luz e ficamos totalmente parados, sem poder se movimentar, o animal e eu, claro. Abriu-se uma espécie de portinhola e apareceram dois seres de baixa estatura. Eram pessoas normais, embora com roupas esquisitas e uma espécie de lanterna na mão. Um deles clareou para nós e eu perdi os sentidos…
Athayde – Clareou como?
Barroso – Jogou outra luz no meu rosto. Era ofuscante e muito incomoda. Parecia que entrava na minha cabeça. Senti uma dor no fundo dos olhos…
Athayde – Você se lembra de ter sido levado para outro lugar após esse feixe de luz tê-lo atingido?
Barroso – Não lembro de nada. Depois que a luz me acertou, apaguei…
Athayde – Você ficou com o lado esquerdo do corpo todo vermelho. Acha que foi alguma queimadura ou coisa parecida?
Barroso – Não sei. Só percebi que estava com um lado vermelho quando o vaqueiro me disse.
Athayde – E a tontura e as dores no corpo, você já voltou sentindo?
Barroso – Quando fui encontrado pelo vaqueiro, estava aéreo e não sabia que local era aquele, meus olhos ardiam, sentia dores esquisitas e tremia. Um calor muito grande se apoderou de mim. Tive medo. Pensei que ia morrer naquela estrada e sem ver minha família.
Athayde – Você se lembra de alguma coisa que possam ter feito com você depois de receber o segundo foco de luz?
Barroso – Não. Nada. Parece que morri e acho que morri mesmo…
Athayde – E agora, lembra-se de algo?
Barroso – Não. Até parece que nada aconteceu, pois não consigo me lembrar das coisas até o momento em que voltei a mim, na estrada. lembro-me apenas que recebi o foco de luz, mas depois, nada mais…
Athayde – Existe um meio de fazermos você se lembrar utilizando a hipnose regressiva. É difícil encontrarmos alguém que a faça, mas podemos tentar conseguir. Você aceita?
Barroso – Não sei. Tenho que consultar meu médico e minha família. Esse negócio pode prejudicar ainda mais a minha situação. É melhor deixarmos como está… Não sinto mais tanta coisa assim.
Athayde – E essas sensações de tontura que você ainda tem, o fato de seu cabelo ter ficado grisalho tão rapidamente, os outros sintomas…
Barroso – Tudo vai passar, você vai ver…
Athayde – Você já tinha visto alguma coisa diferente no céu?
Barroso – Não. Nunca pensei nisso, embora tomasse conhecimento de que alguém avistava luzes por aqui. Não acreditava nessas coisas. Foi azar…
Entrevista com o Doutor Magalhães
Ao entrevistarmos o doutor Antonio Moreira Magalhães, que atendeu à vítima daquela estranha força luminosa, sentimos que no começo ele lutava veementemente em afirmar que o caso do Barroso apresentava um quadro clinico incomum. Mas, após examinar clinicamente o paciente, convenceu-se de que Barroso realmente havia sido levado por um objeto voador não identificado. Mas de onde?
Athayde – Doutor Magalhães, o que o senhor acha de toda essa história?
Magalhães – Trata-se realmente de algo fora do comum. No início eu não aceitava a versão do paciente. A história era fantástica demais para ser aceita de imediato, e embora soubesse que não se tratava de um homem de criar fantasias, eu fiquei da espera demais informações.
Athayde – Como aconteceu o primeiro contato do médico com o possível contatado por discos voadores?
Magalhães – Eu estava em meu consultório quando a família o trouxe para uma consulta. Ele estava nervoso, tinha o lado esquerdo do corpo vermelho e edematoso. Parecia uma alergia. Os olhos estavam ejetados, mas contou a história normalmente como já falei anteriormente.
Athayde – O senhor acreditava na história do UFO?
Magalhães – De forma alguma. Eu não acreditava em certas coisas que fogem do normal. Não que seja ateu ou materialista, mas essa história de disco voador não entrava na minha cabeça. Pareciam-me histórias de quem não tinha nada o que fazer, imaginação de mentes férteis, como os contos de lobisomens.
Athayde – Em que momento o senhor passou a aceitar a situação, ou seja, que realmente algo de anormal havia acontecido?
Magalhães – Quando o encontrei em Fortaleza e conversamos sobre o seu caso, eu já estava mais propenso a acreditar. Depois, constatando a possibilidade de sua anomalia ser explicada pela Ciência, passei a olhar por outro ângulo, embora sem saber como explicar isso na medicina. Pensei também na repercussão que teria na minha carreira, junto aos colegas ou mesmo fora dela.
Athayde – Quando o encaminhou à Fortaleza atendendo à solicitação da família, o Senhor acreditava que ele teria melhora?
Magalhães – Tinha algumas dúvidas, pois como médico eu sei o que se pode ou não fazer por um paciente.Achei que ele deveria ser observado por neurologistas e psiquiatras. Portanto, era minha obrigação profissional encaminhá-lo a um centro mais avançado da medicina, onde quer que houvesse, para que o tratamento fosse adequado.
Athayde – Ao encaminhá-lo para Fortaleza, o senhor fez constar no prontuário que o paciente havia sofrido interferência de um possível UFO. O senhor acreditava na história?
Magalhães – O Barroso sempre foi um homem de bem. Não costumava mentir e sua doença fugia de qualquer tratamento que conheço. O caso era estranhíssimo. Não só ele tinha sido agredido – se é que o termo está correto – como duas ou três pessoas estiveram no hospital contando histórias parecidas. Então porque negar a verdade? Além do mais, sou obrigado a fazer constar no prontuário ou ficha do paciente, todos os detalhes relevantes para o seu tratamento, para que assim meus colegas possam chegar a uma conclusão certa.
Athayde – Alguns dos seus colegas de Fortaleza o criticaram por haver colocado no prontuário que o cliente havia sofrido interferência de possíveis ETs. O que o senhor acha disso?
Magalhães – Cada um critica o que quer. Eu sei o que realmente aconteceu. A história que Barroso contou é verdadeira. Ele foi vítima de algo fora do comum e deve ser analisado com certo critério. Mas é difícil…
Athayde – Quando o entrevistamos anteriormente o senhor tinha certo receio de falar no UFO e agora não. Por quê?
Magalhães – Você já me perguntou isso. A história era fantástica e eu não tinha certeza do que realmente tinha acontecido. Agora, depois de ler muita coisa e estudar bem o caso, não tenho porque deixar de falar a verdade. O Barroso está aí, doente, com uma regressão inexplicável. Portanto, é um caso real e deveria ser estudado mais profundamente por autoridades competentes, sem menosprezar os seus estudos Athayde, é claro.
Athayde – É realmente um caso incrível, o qual, acreditamos, não poderia ser ignorado pelo senhor, um médico renomado.
Magalhães – O paciente está aí, inutilizado. Nos primeiros dias, além da amnésia, seus reflexos acabaram. Apresentava dormência dos membros, olhos intumescidos, e havia um vermelhidão no corpo. Sentia dificuldades respiratórias, os cabelos ficaram grisalhos rapidamente e ficou impotente, sem falarmos na retenção de líquidos no organismo e uma série de problemas impossíveis de se encontrar no caso de uma única doença. È algo fora do comum. Entretanto, sua pele parece rejuvenescer, está sem rugas, clara, transparente.Pele de jovem mesmo! O mais impressionante é que neste calor insuportável, sempre deitado, ele não gripa ou apresenta outra doença qualquer. Seus músculos são rígidos, embora a pele dos membros superiores esteja escamosa. Ele goza, podemos assim dizer, de perfeita saúde, excluindo é claro, o caso do comprometimento cerebral.
Athayde – Quando estivemos aqui em companhia do Doutor Bob Pratt foi aventada a hipótese de tratar-se de uma esclerose múltipla, de velhice precoce. O que o senhor acha?
Magalhães – Impossível. Uma esclerose múltipla não se apresenta assim tão rapidamente e nem com estas características ou sintomas. Além do mais, teríamos chegado a um diagnóstico imediato, afinal, ele foi estudado por 17 médicos especialistas e renomados.
Athayde – O senhor acha que ele poderá morrer a qualquer momento?
Magalhães – Todos nós podemos. Ele não apresenta uma doença considerada terminal. Somente os problemas decorrentes do cérebro é que não sabemos explicar.
Athayde – Ele pode ter sofrido alguma cirurgia no cérebro?
Magalhães – Não posso afirmar o que realmente aconteceu. Sei apenas que ele apresenta uma regressão mental injustificável, que nem mesmo a medicina soube explicar, pelo menos dentro dos nossos conhecimentos de médicos do interior e até mesmo de Fortaleza. Fizemos eletrocardiogramas e outros exames no cérebro, mas nada acusa anormalidade. È surpreendente!
Athayde – O senhor conhece outro caso como este?
Magalhães – Não e nem quero conhecer. Já chega…
Athayde – Apesar de trágico, não seria bom para a medicina terrestre que houvesse mais casos como esse?
Magalhães – Acredito que não. Não deveríamos ter outros casos, mais tudo pode acontecer. Quem sabe? Tais histórias estão por aí, uma mais fantástica que a outra… Vamos ver o que ocorre!
Athayde – Insistindo na pergunta, o senhor hoje tem alguma dúvida de que Barroso tenha sido abduzido por ETs?
Magalhães – Não posso afirmar, mas até que a medicina prove o contrário, este é um caso que foge à realidade de nosso planeta… As evidências estão aí. É só ver o estado em que se encontra a vítima. Portanto, não tenho o direito de duvidar. Os vários casos que nos chegam aqui vindos do Jaburu, de Morada Nova, Açude do Cedro e outras localidades, são evidências demais… E quando vejo vocês chegarem aqui sujos de poeira, cansados, com esses americanos e franceses que tem vindo a Quixadá, acredito ainda mais que alguma coisa realmente séria exista, e que vocês sabem muito mais do que deixam transparecer… Estou certo?
Athayde – O senhor teria algo mais a acrescentar no caso Barroso?
Magalhães – Já é um caso ‘mastigado’, todos sabem de tudo. Ficaremos acompanhando o Barroso e caso haja alguma novidade entraremos em contato com você…
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