O mundo da ufologia está repleto de mistérios; muitos são os objetos e fenômenos que nos fascinam e também nos confundem. É muito comum nos depararmos com diversos fenômenos desconhecidos e inéditos todos os dias na internet.
Nesta semana, surgiram fotos e filmagens de um chamativo fenômeno durante a erupção do vulcão Etna, na Itália. As imagens publicadas nas redes sociais mostravam o vulcão expelindo vários anéis de fumaça, um verdadeiro espetáculo que despertou admiração e teorias.
Em todo o mundo, são capturadas imagens de chamativos anéis de fumaça no céu; vez ou outra, surge uma notícia mostrando o fenômeno em algum lugar do planeta. Ele desperta admiração e dúvidas em quem o vê imediatamente pela primeira vez, e mesmo aqueles que já o conhecem podem pensar que se trata de algo anômalo, e em algumas visões mais fundamentalistas, até mesmo extraterrestre. Mas não há nada de anômalo nem alienígena nisso.
Smoke Ring/Vortex Ring
Um anel de fumaça é um anel de vórtice visível formado por fumaça em uma atmosfera clara.
Um anel de vórtice, também chamado de vórtice toroidal, é um vórtice em forma de toro em um fluido; ou seja, uma região onde o fluido gira principalmente ao redor de um eixo imaginário que forma um laço fechado. O fluxo dominante em um anel de vórtice é dito ser toroidal, mais precisamente poloidal.
Os anéis de vórtice são abundantes em fluxos turbulentos de líquidos e gases, mas raramente são notados a menos que o movimento do fluido seja revelado por partículas suspensas – como nos anéis de fumaça que são frequentemente produzidos intencionalmente ou acidentalmente por fumantes. Anéis de vórtice ardentes também são um truque comumente produzido por comedores de fogo. Anéis de vórtice visíveis também podem ser formados pelo disparo de certa artilharia, em nuvens de cogumelo e em microexplosões.
Os fumantes podem soprar anéis de fumaça pela boca, intencionalmente ou acidentalmente. Os anéis de fumaça também podem ser formados por rajadas repentinas de fogo (como acender e apagar imediatamente um isqueiro), agitar uma fonte de fumaça (como um bastão de incenso) para cima e para baixo, disparar certos tipos de artilharia ou pelo uso de dispositivos especiais, como pistolas de anel de vórtice e brinquedos de anel de vórtice. A cabeça de uma nuvem em forma de cogumelo é um grande anel de fumaça.
Um anel de fumaça é comumente formado quando uma nuvem de fumaça é subitamente injetada no ar puro, especialmente através de uma abertura estreita. As partes externas da baforada são retardadas pelo ar parado (ou pelas bordas da abertura) em relação à parte central, conferindo-lhe o padrão de fluxo poloidal característico.
A fumaça torna o anel visível, mas não afeta significativamente o fluxo. O mesmo fenômeno ocorre com qualquer fluido, produzindo anéis de vórtice que são invisíveis, mas totalmente semelhantes aos anéis de fumaça.
Eles podem ser artificiais ou naturais
Um anel de fumaça/anel de fogo é um anel de vórtice visível que pode ser formado pela liberação repentina de fumaça, inflamada por um canhão de anel de fumaça.
Sob condições específicas, algumas aberturas vulcânicas podem produzir grandes anéis de fumaça visíveis. Embora seja um fenômeno raro, vários vulcões foram observados emitindo enormes anéis de vórtices de vapor e gás.
Os anéis de fumaça têm sido observados ocasionalmente em vulcões como o Etna na Itália e o Eyjafjallajökull na Islândia. Os pesquisadores já sabem depois de novas pistas sobre como bolhas de gás explodindo criam essas curiosidades em alguns vulcões.
A maioria das pesquisas vulcânicas se concentra nas erupções fortes que ameaçam a vida humana, disse Simona Scollo, uma vulcanologista do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia da Itália. Mas “queremos entender como nossos vulcões funcionam”, disse ela, “não apenas quando criam um desastre para as pessoas ou quando são muito perigosos.” Então, ela e sua equipe investigaram os anéis, que geralmente estão associados a atividades vulcânicas relativamente brandas. Eles publicaram suas descobertas no periódico Scientific Reports.
Existem semelhanças entre como os vulcões expelem esses halos e como os golfinhos sopram anéis de bolhas ou como os fumantes exalam anéis de fumaça. E as versões vulcânicas são comumente chamadas de anéis de fumaça, embora sejam na verdade compostas principalmente de vapor d’água. Os pesquisadores geralmente dizem “anéis de vapor” ou “anéis de vórtice” ao descrever o turbilhão do gás de um anel. As emissões que saem do buraco de um vulcão (ou da boca de um fumante) desaceleram ao encontrar uma superfície, fazendo com que o gás se curve sobre si mesmo.
Anéis históricos: Fort Belvoir, EUA, 1957
O soldado “X” (de identidade preservada) estava em um prédio na seção de engenharia do Fort Belvoir, base militar em Virgínia, também no período da manhã. Alguém do lado de fora chamou as pessoas para observar um curioso objeto no ar.
O soldado X e várias outras testemunhas saíram a tempo de ver um objeto negro em forma de anel se aproximando ao norte. Ele se apressou para o carro onde pegou sua câmera Brownie 127, com a qual conseguiu tirar uma notável série de seis fotografias em preto e branco. Entre a segunda e a terceira, o OVNI negro começou a ser cercado por uma fumaça branca, que acabou por envolvê-lo completamente ao final da série de fotos.
Em 1967 as fotos foram finalmente divulgadas em uma revista popular, que apresentava o OVNI em formato de anel como um completo mistério. Seria outro disco voador flagrado camuflando-se como uma nuvem? De fato, ambos os casos foram solucionados. E, antes de mais nada, não envolvem qualquer fraude.
Em resposta à divulgação das fotos do OVNI em Fort Belvoir, um estudante da Universidade de Wisconsin relatou ter presenciado nuvens de fumaça fruto de explosões que seriam iguais ao OVNI negro em formato de anel. A inusitada explicação não foi levada a sério pelos investigadores da Força Aérea. Eles a consideraram melhor quando o sargento-major A.M. Wagner, do Fort Belvoir, prontamente identificou as fotos, sem que ninguém lhe sugerisse, como nuvens de fumaça produzidas por “demonstrações de simulações de bomba atômica” que eram realizadas com frequência para oficiais e cadetes visitantes.
Tais simulações de explosões atômicas produziam o cogumelo de fumaça característico e eram realizadas dispondo gasolina, diesel, TNT e fósforo branco em um círculo e detonando-os. A bola de fogo resultante subia em um formato de cogumelo, sendo o topo um anel de vórtice de fumaça estável “como todo ‘cogumelo de fumaça’” que dependendo das condições da explosão e do tempo podia continuar subindo estável como um anel de fumaça negro e coeso, separando-se da coluna de fumaça abaixo.
O OVNI de Viborg
Em uma gelada manhã de domingo em 17 de novembro de 1974, o senhor Laursen saiu para caminhar com seu cachorro perto do lago Nørre Sø, em Viborg, Dinamarca.
Ele gostava de observar pássaros perto do lago, para o que havia levado sua câmera fotográfica colorida de 35 mm. Repentinamente viu um enorme objeto no ar, pegou sua câmera e logo conseguiu tirar uma foto. Olhou então ao redor procurando por outras pessoas que pudessem corroborar o incrível objeto que havia fotografado, mas não encontrou ninguém.
Quando virou sua face de volta o objeto voador já havia desaparecido. A imagem capturada no filme Kodacolor, no entanto, já iria constituir uma das mais curiosas evidências físicas de óvnis. Em 1979 o caso foi divulgado na revista UFO-Kontakt, onde uma análise pelo major húngaro reformado Colman VonKevieczky declarava que o objeto era uma “típica” nave extraterrestre discoide envolta em névoa. Diversas outras publicações ufológicas pelo mundo ainda iriam afirmar ao longo dos anos que seria o flagrante de um disco voador se camuflando como uma insuspeita nuvem. Talvez porque existiriam “importantes bases da OTAN” na área. E este não seria o primeiro caso do gênero.
Ole Henningsen, do grupo de investigação SUFOI (Scandinavian UFO Information), investigou o caso do OVNI de Viborg a fundo e, entrevistando a testemunha que tirou a fotografia, pôde determinar o local e a direção onde ela foi tomada. E descobriu que por pouco a fotografia do homem de negócios não capturou a usina de aquecimento de Houlkærvænget que está logo abaixo, à direita de onde o OVNI-nuvem foi fotografado. A liberação dessas nuvens de fumaça características não seria incomum quando as caldeiras do centro de aquecimento eram limpas. A intrigante fotografia de Viborg está plenamente explicada, e tem realmente pouco a ver com bases da OTAN ou naves alienígenas se camuflando como nuvens.
Mas há anéis inexplicáveis?
Em 07 de outubro de 2009, na Rússia, um estranho fenômeno deixou as pessoas se perguntando se algo alienígena estava acontecendo no céu. Um grande anel brilhante de nuvem surgiu no céu deixando todos assustados, mas especialistas afirmara que era apenas um fenômeno natural.
Um porta-voz do serviço de previsão climática russo afirmou na época que várias frentes de ventos árticos estavam passando por Moscou, e, com o sol brilhando pelo oeste, o efeito no céu foi criado. “Embora seja realmente impressionante, isto não passa de um efeito óptico”, afirmou na época.
De acordo com o especialista, a captura que foi feita em vídeo, deve ter sido gravado quando o sol estava se pondo, pois é possível ver os raios saindo da nuvem.
Grupos de ambientalistas culparam a poluição industrial pelo misterioso anel de nuvens, mas especialistas meteorológicos rejeitaram a possibilidade.
Por mais incrível que possa parecer, às vezes o que nos falta é uma boa pesquisa e análise daquilo que nos surpreende à primeira vista e aos olhos. Nem sempre estamos lidando com algo explicável. Contudo, é necessário ter cautela e dedicar-se à investigação antes de concluirmos algo.
A importância da investigação é fundamentalmente necessária. Embora alguns anéis de vórtice de qualquer composição possam ser algo realmente anômalo, conhecemos os anéis de fumaça e sabemos que não são OVNIs.
Tomemos cuidado com a precipitação imediata para que nosso senso crítico não se dissipe como fumaça.
Ovniologia, a ufologia levada a sério!