Um fotógrafo militar que teria tirado fotos dos corpos alienígenas encontrados perto de Roswell, Novo México, em 1947, deixou uma confissão em vídeo pouco conhecida sobre seu envolvimento no incidente. Nunca amplamente divulgado, o depoimento filmado do fotógrafo está aberto ao público desde agosto deste ano junto a outras informações.
Na gravação (assim como em outras entrevistas e em uma declaração autenticada deixada para a posteridade), o fotógrafo, Sgt. Frederick Benthal, relata seu envolvimento no histórico Caso Roswell.
De acordo seu depoimento, em julho de 1947, logo após o acidente, ele teria recebido ordens urgentes para voar imediatamente para a Base Aérea do Exército de Roswell, a três horas de voo de onde estava estacionado. Ele viajou em um bombardeiro B-25, acompanhado pelo Cabo Al Kirkpatrick.
Ao aterrissar, ele foi levado em uma viagem de uma hora e meia ao norte de Roswell, onde observou caminhões cobertos transportando algum tipo de destroços incomuns. Mais adiante, ele foi levado a um local no deserto onde tendas haviam sido montadas. Ele observou outros fotógrafos na cena.
Ele foi ordenado a entrar em uma das tendas para começar a tirar fotos. Lá, ele viu quatro pequenos corpos humanoides, quase todos idênticos. Eles tinham cabeças grandes, pele escura e corpos muito finos. Os corpos estavam no chão, enrolados em material de lona de borracha. Ele também detectou um cheiro estranho dentro da tenda.
A sessão de fotos teria sido rigorosamente supervisionada por um oficial que não queria que o fotógrafo observasse os seres por muito tempo. Suas fotografias e equipamentos foram confiscados, e ele foi instruído a não falar nada sobre o evento, por se tratar de uma questão de segurança nacional. Em seguida, foi levado de volta à sua base em Washington, DC.
Logo depois, ele foi abruptamente “transferido” de sua localização e reassinado para a Antártida, para documentar os efeitos do frio em equipamentos.
Esse depoimento é surpreendente. E agora, uma nova revisão de pesquisas anteriores sobre o incidente de Roswell fornece uma confirmação impressionante de que a história contada por Benthal pode ser realmente verdadeira.
Frederick Benthal era um Sargento e Especialista em Fotografia de 26 anos, pertencente à Força Aérea do Exército, estacionado na Estação Naval de Anacostia, em Washington, DC, durante o verão de 1947. A Estação Naval servia para vários propósitos, incluindo ser um importante centro de testes de voo, uma instalação para aeronaves experimentais e um centro de pesquisa. Ao longo dos anos, unidades da Força Aérea do Exército, da Força Aérea, do Corpo de Fuzileiros Navais, da Guarda Costeira e da Guarda Nacional, assim como agências do Departamento de Defesa (DOD) e federais, encontraram na instalação de Anacostia um local ideal para suas operações.
Antes dessa designação, Benthal havia recebido autorizações de segurança de alto nível e, em 1946, foi responsável pela instalação de equipamentos fotográficos para as detonações de bombas nucleares da “Operação Crossroads” no Atol de Bikini, no Pacífico.
Parte do testemunho de Benthal foi incluída no livro Crash at Corona: The U.S. Military Retrieval and Cover-up of a UFO, de 1992, escrito por Don Berliner e pelo falecido físico, ufólogo e autor Stanton Friedman. Referido apenas como “FB” no livro, Friedman mais tarde revelou ao pesquisador Don Schmitt que “FB” se referia ao nome “Frederick Benthal.” Friedman era amplamente conhecido por viajar pelo país proferindo palestras sobre OVNIs e Roswell. Acredita-se que Benthal, ou alguém que o conhecia, tenha assistido a uma dessas palestras, possibilitando o encontro entre os dois.
A história da fita
Em 1996, foi organizado para que Benthal contasse sua versão sobre Roswell em um filme. Um documentário sobre o Incidente de Roswell estava sendo produzido pelo falecido produtor Mark Wolf, e um breve segmento incluiria Frederick Benthal.
Infelizmente, o documentário nunca foi transmitido pelas redes de televisão. O pesquisador e autor sobre Roswell, Tom Carey, estava revisando sua vasta coleção de fitas relacionadas a Roswell de anos anteriores quando encontrou uma cópia desse raro e há muito tempo esquecido vídeo:
Stan Friedman começou a dialogar com Benthal em 1990. Benthal era uma “testemunha relutante” que precisava de persuasão para se apresentar e comprometer seu testemunho para impressão e filmagem. Em 5 de maio de 1993, Benthal assinou uma declaração autenticada em cartório (agora acredita-se que esteja entre os papéis mantidos pelo espólio de Friedman) fornecendo mais detalhes de seu envolvimento em Roswell.
Algumas informações corroboram o relato de Frederick Benthal sobre o incidente de Roswell. Como por exemplo a questão dos fotógrafos. Os fotógrafos da base foram excluídos do processo de captura e desenvolvimento das imagens dos destroços e corpos extraterrestres. Preferiu-se usar pessoal de fora da base para minimizar o número de testemunhas internas e reduzir o risco de divulgação. Jim Remiyac, um soldado da 3ª Unidade Fotográfica em 1947, relatou que ele e sua unidade foram “excluídos de tudo” e não foram convocados para documentar o incidente, apesar de estarem frequentemente envolvidos em eventos semelhantes. Gene Niedershmidt, também da 3ª Unidade e com autorização de Top Secret, confirmou que ninguém de sua unidade foi chamado para fotografar o acidente específico, permanecendo desconfortável com a situação. Calvin Cox, outro fotógrafo da base, reforçou a ideia de um “apagão” de informações e a exclusão de sua participação. A corroborar esses relatos, Vernon Zorn, Gerente de Operações da Unidade, confirmou que nenhuma foto do local do acidente foi tirada pelos fotógrafos da base. Essas informações destacam uma tentativa deliberada de controlar a documentação e o conhecimento sobre o evento.
Mais pontos que corrroboram
Benthal disse que foi informado, antes de chegar a Roswell, que poderia ver alguns militares importantes no local onde seria levado. Isso incluía o General Curtis LeMay, futuro chefe do Comando Aéreo Estratégico e Chefe do Estado-Maior da Força Aérea dos EUA. Embora LeMay em si não pareça ter chegado a Roswell após o acidente, ele enviou seu Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento, o General Laurence Craigie, ao local. Curiosamente, foi Craigie quem mais tarde autorizou a criação do estudo oficial do governo sobre OVNIs, o Projeto Sign (mais tarde conhecido como Projeto Blue Book).
Em 2008, o autor e o repórter Billy Cox entrevistou o piloto pessoal de LeMay, Ben Games. Games possuía um doutorado e o posto de Major. Ele registrou mais de 730 horas de combate aéreo e, após se aposentar das forças armadas, dirigiu várias companhias aéreas no Caribe. Games nos disse que Craigie foi enviado por LeMay como seu representante a Roswell para investigar o acidente. Games disse que voou com Craigie para Roswell imediatamente após o acidente, transportando-o de Bolling Field, em DC, para Roswell. Vale destacar que Bolling Field era adjacente à base de Anacostia, onde Frederick Benthal estava lotado.
O fato de Benthal ter mencionado LeMay em relação a Roswell é impressionante. Benthal mencionou LeMay 18 anos antes de Ben Games o fazer.
Benthal menciona que tendas foram montadas no deserto, sendo uma delas onde os corpos estavam localizados. “Tendas no deserto” no local do acidente de OVNI em Roswell também foram mencionadas por um policial militar de Roswell chamado Ed Sain. Entrevistado por Tom Carey em 2005, Sain disse que foi levado ao local do acidente, ao norte da cidade, em uma ambulância e que guardou os corpos que estavam em uma tenda no deserto antes de serem transportados para a base. O uso de força letal foi autorizado para manter pessoas não autorizadas fora da tenda. Sain também mencionou o colega policial militar Cpl. Raymond Van Why, que estava com ele. Van Why já havia falecido, mas sua viúva, Leola, confirmou a Carey que seu marido lhe contou em 1954 sobre a tarefa de guardar o local da nave espacial acidentada.
A menção de Benthal sobre “tendas no deserto” no local de recuperação do acidente ocorreu vários anos antes de outras pessoas fazerem menção a isso.
Bibbey
“Bibbey” é um sobrenome extremamente raro nos Estados Unidos. De acordo com dados do US Census Bureau analisados pelo mynamestats.com, há apenas entre 131 e 178 pessoas com o sobrenome “Bibbey” no país. Curiosamente, “Bibbey” é o nome que Frederick Benthal deu ao oficial que o desinformou após ele retornar de Roswell para a Estação Naval de Anacostia.
Incrivelmente, realmente existia um homem com o sobrenome “Bibbey” envolvido na fotografia militar naval na década de 1940. Uma de suas fotos pode ser vista aqui, com seu nome registrado no canto inferior direito da imagem: “7th Training Company unit photograph, Naval Training Station Newport, 1940” | The Digital Collections of the National WWII Museum : Oral Histories (ww2online.org). É muito provável que esse “Bibbey” seja exatamente a pessoa a quem Benthal se referia.
Embora mais conhecida por seus testes de aeronaves e pesquisas relacionadas, é menos sabido que durante a Segunda Guerra Mundial, Anacostia se tornou a sede do Laboratório de Ciências Fotográficas da Marinha dos EUA (NPSL). Este laboratório foi estabelecido sob o comando militar do Chefe do Bureau de Aeronáutica da Marinha como a divisão principal para tirar, processar e analisar fotografias, muitas vezes em missões altamente especializadas e classificadas para todos os ramos das Forças Armadas.
Não é surpreendente que um fotógrafo altamente treinado de Anacostia tenha sido designado para documentar os alienígenas encontrados mortos no deserto décadas atrás. Esse homem era Frederick Benthal.