Sabemos que a casuística ufológica é surreal. Dizer que ficou surpreso em demasia ao ouvir falar de algum caso é previsível, mas afirmar que não acha possível algum caso específico ser verdadeiro por sua natureza anômala não deve ser presumível.
Pesquisar a casuística significa se aventurar nas mais variadas histórias e estórias, sem necessariamente saber discerni-las. Nesse mundo casuístico, tentar diferenciar o ficcional do possível real pode ser aplicado. Um método válido, ao meu ver, é correlacionar casos (lembrando que isso não garante a factualidade).
Correlacionar casos nos garante uma tabela comparativa de eventos. Esses eventos são descritos em lugares, épocas e por pessoas diferentes, mas, ao compará-los, podemos encontrar algo que sempre me chamou a atenção: padrões.
Ao estudar a casuística dos relatos, nos deparamos com os mais variados padrões. Padrões são características em comum que assemelham casos e casos.
Esses padrões podem ser identificados também nos mais variados âmbitos. Eu, pessoalmente, classifiquei alguns da seguinte forma:
Visuais: quando as características dos casos são parecidas no que diz respeito ao que pode ser observado visualmente; aparência do objeto, do ser, do ambiente, etc. Este aspecto também pode ser dividido em diversos subtópicos, como: visuais – vestimentas, apetrechos, fenótipos, etc.
Sonoros: quando as características dos casos são parecidas no que diz respeito ao auditivo; barulho emitido pelo objeto, som emitido pelas entidades, ausência de som no ambiente, etc. Este aspecto também pode ser dividido em diversos subtópicos, como: sonoros – objeto levantando voo, objeto pousando, objeto sobrevoando, tentativa de comunicação, etc.
Linguísticos: quando as características dos casos são parecidas no que diz respeito à língua falada; na língua do contatado, em uma língua indecifrável, grunhidos, etc. Este aspecto também pode ser dividido em diversos subtópicos, como: linguísticos – vários idiomas, idioma fluente do contatado, idioma com sotaque do contatado, etc.
Olfativos: quando as características dos casos são parecidas no que diz respeito ao odor sentido; desagradável (indeterminado), de enxofre, amônia, cheiro de queimado, etc. Este aspecto também pode ser dividido em diversos subtópicos, como: olfativos – cheiro do ambiente, cheiro de dentro da nave, cheiro dos seres, etc.
Esses padrões acima são apenas alguns dos inúmeros padrões e seus subtemas que podemos listar dentro da casuística ufológica. Em outras matérias, apresentarei outros.
Nesta matéria de hoje, falarei do padrão linguístico, lembrando que padrões linguísticos não se referem aos modos de comunicação, já que estes podem ser caracterizados por fala, telepatia, aparatos de comunicação, gestos, etc.
O padrão linguístico que abordarei se refere a um idioma específico que foi identificado sendo pronunciado, falado por entidades em diferentes casos. Sim, consegui identificar um idioma em particular que foi relatado em alguns casos dentro da casuística. Curiosamente, os casos que trarei aqui ocorreram antes do final da década de 50. Correlação? Ainda não sei.
Vale destacar que os casos que vocês verão a seguir não se tratam de casos em que as entidades se comunicam propositalmente no idioma específico do contatado para serem entendidas, mas sim, pelo menos baseado nos relatos, as entidades falam ou entendem o idioma específico quando o contatado tenta se comunicar usando-o, ou as entidades falam o idioma naturalmente entre si, como se fosse o idioma nativo ou que, por algum motivo, elas falavam.
Consegui identificar somente quatro casos onde as entidades se comunicam em tal idioma (ou com traços fortes do mesmo), onde as entidades falaram ou parece ter pronunciado o idioma.
E por incrível que pareça, esse padrão linguístico que apresento envolve uma língua à qual seus falantes estão profundamente envolvidos na história da ufologia moderna.
Hoje trago casos em que os seres extraterrestres, alienígenas, as entidades relatadas falavam o idioma alemão!
Pasmem! Logo o alemão… Todos conhecem o UFO-nazismo, o misticismo-nazi e tal. Mas não estou aqui com o intuito de defender essa vertente; acontece que o padrão linguístico que encontrei diz respeito justamente à língua alemã.
Curiosamente, as entidades descritas nos casos eram seres com características humanas: brancos, escuros, louros, altos ou não, etc. Usei o termo “ser” mas mais à frente vocês verão que os seres relatados nesses casos eram todos parecidos conosco, como humanos mesmo.
Preciso esclarecer também que os casos que apresentarei não estão respaldados em níveis de evidências, ou seja, não são casos que possuem maiores possibilidades de terem ocorrido de fato; não são casos escolhidos por terem mais de uma testemunha, não são casos escolhidos por apresentarem evidências físicas como marcas no solo (embora alguns deles tenham) ou algo do tipo. Simplesmente são relatos casuísticos.
CASO 01 – Data: 5 de novembro de 1957. Local: Kearney, Nebraska, EUA. Protagonista: Reinhold O. Schmidt.
O primeiro caso da lista é bastante controverso devido ao envolvimento do protagonista em vários escândalos, incluindo acusações de roubo, que o levaram à prisão. Mas o objetivo do exercício, como mencionado anteriormente, não é avaliar a veracidade dos casos, caso contrário, muito poucos mereceriam atenção na casuística ufológica.
No livro “My Contact with the Space People: The Reinhold Schmidt Story“, o protagonista descreve seu contato com pessoas de outro planeta.
“Em um dia enevoado de 5 de novembro de 1957, terminei meu trabalho por volta das 14h30. Tinha sido um dia agitado inspecionando campos de milo e milho a alguns quilômetros de Kearney, Nebraska, que fica a cerca de trinta milhas de Kenesaw, minha terra natal. (Aliás, Kearney é o centro exato dos Estados Unidos, estando a apenas 1.733 milhas de São Francisco e Boston.) Eu estava dirigindo perto de um antigo leito de areia no rio Platte e, próximo, havia uma casa de fazenda abandonada. Parecia um bom lugar para virar meu carro, mas, quando comecei a fazer isso, houve um brilhante flash de luz a uma curta distância à frente. Eu dirigi para investigar o que achei que poderia ser alguém detonando árvores, embora não tivesse ouvido barulho. A trinta metros da margem do rio, o motor do meu carro de repente parou. Desliguei e liguei a ignição várias vezes, pensando que talvez a bateria tivesse acabado ou que a estrada difícil tivesse soltado alguns fios. Quando comecei a sair do carro para verificar o motor, notei algo à frente que parecia ser um grande balão meio inflado. Quando caminhei em direção a ele, contornando um grupo de salgueiros e grama alta, era óbvio que não era um balão, mas uma grande embarcação prateada que parecia ser feita de algum tipo de metal, como aço polido ou alumínio. Estava descansando sobre o que eu mais tarde descobri serem quatro aríetes hidráulicos servindo como trem de pouso, mas parecia uma espécie de balão mais do que qualquer outra coisa.
Quando cheguei a cerca de nove metros dele, um fino feixe de luz, quase do tamanho de um lápis, disparou e me atingiu no peito. Parecia que fiquei paralisado de repente; eu não conseguia me mover. Talvez eu estivesse apenas com medo, mas, antes que pudesse analisar meus sentimentos, uma porta do navio se abriu e dois homens saíram dela em minha direção. Eles perguntaram se eu estava armado e, embora eu tenha dito que não, eles me revistaram mesmo assim, mas não tiraram nada de mim.
Depois de recuperar um pouco da minha compostura e descobrir que eu poderia me mover novamente, perguntei a eles o que estavam fazendo ali, que tipo de nave tinham e de onde eram. Um dos homens fez o papel de porta-voz. Ele era evidentemente o líder e irei me referir a ele daqui em diante como Sr. X. Ele falava inglês com sotaque alemão e disse que eles não podiam responder a essas perguntas específicas naquele momento. No entanto, quando pedi para me aproximar para ver a nave, o Sr. X me convidou a bordo, pois, disse ele, eles não poderiam partir por alguns minutos de qualquer maneira. Ele disse que eu poderia olhar para dentro, mas não tocar em nada.
Além do líder, havia três homens e duas mulheres na nave. As mulheres estavam sentadas atrás de uma grande mesa sobre a qual havia uma grande moldura que encerrava o que parecia ser uma tela de visualização. No mesmo extremo da nave, havia quatro colunas de líquido colorido: vermelho, verde, azul e laranja. Esses tubos tinham aproximadamente 1,37 metros de altura e 15 centímetros de diâmetro. As mulheres pareciam observar o líquido de perto enquanto ele se movia lentamente para cima e para baixo, como os pistões de um automóvel. Os três homens estavam trabalhando em um painel de instrumentos que ocupava um lado da sala. Vi um deles cortar alguns fios curtos. O painel estava cheio de relógios, mostradores, botões e interruptores. No centro, havia uma grande tela que parecia com as nossas telas de televisão, mas não estava funcionando enquanto eu estava lá.
As paredes da nave tinham cerca de 30 centímetros de espessura e pareciam vítreas. Curiosamente, eu podia ver através delas… o céu, a paisagem ao redor, até mesmo as ervas daninhas e os arbustos abaixo de nós eram visíveis! Mas, eu lembrava que, olhando para a nave de fora, ela parecia ser feita de uma peça sólida de metal. Não havia vigias ou janelas. A única abertura era a porta.
Todas essas pessoas tinham cabelos escuros e pele que parecia bronzeada pelo sol. Os homens tinham cerca de 1,73 metros de altura e pesavam cerca de 77 quilos. Eu estimei o peso das mulheres em cerca de 54 quilos, e elas tinham aproximadamente a mesma altura dos homens. Elas usavam blusas de cores claras, saias escuras e sapatos com saltos médios. Tanto as roupas dos homens quanto as das mulheres eram semelhantes às que encontramos aqui nas nossas ruas. Qualquer um deles poderia ter andado despercebido entre as nossas pessoas.
O painel de instrumentos não tinha nome ou identificação que pudesse revelar o local de fabricação, mas notei alguns algarismos arábicos e alguns algarismos romanos nele. No entanto, não havia outras figuras ou letras de qualquer tipo nem dentro nem fora da nave.
Outra coisa que me fascinou foi a forma como os tripulantes deslizavam, em vez de andar, pelo chão quando se afastavam dos painéis de instrumentos! Parecia que estavam em uma esteira rolante, embora eu não visse partes móveis… e quando tentei, não funcionou! Eu me perguntei se eles tinham algo especial nos sapatos.
Quando essas pessoas falavam entre si, usavam o “alto alemão”, que por acaso eu entendo, pois me formei em uma escola onde tanto alemão quanto inglês eram ensinados. Eu podia falar, ler e escrever alemão na época, e ainda falo e entendo razoavelmente bem. Mas essas pessoas todas falaram comigo em inglês com sotaque alemão”.
Em sua outra obra; Edge of Tomorrow, Schmidt ainda descreve que inicialmente acreditava que os seis ocupantes eram cientistas alemães:
“Pensei que talvez pudesse ter vindo da Rússia e que era tripulado por uma equipe de cientistas alemães que obtinha dados sobre o primeiro Sputnik russo, lançado cerca de uma semana antes”.
Análise
É interessante notar que o protagonista descreve que os seres se comunicaram com ele em inglês, porém com um forte sotaque alemão. No entanto, quando se comunicavam entre si, falavam no idioma alemão.
Em alguns casos, as entidades são relatadas falando no idioma do contatado, tanto fluentemente quanto com sotaque. Um exemplo disso é o Caso Armando Zurbaran, ocorrido no México em 1954. (Observem antes do final da década de 50…) Nesse caso, os seres falaram em espanhol fluente com o contatado.
No caso ocorrido no Brasil em 1973 envolvendo o Sr. Onilson Pátero, ele também relatou que o ser falava em português fluentemente. Já no Caso Filiberto Cardenas, ocorrido nos EUA em 1979, o abduzido relatou que os seres tentaram se comunicar com ele em dois idiomas antes de falarem espanhol, que era o idioma do abduzido, usando um aparato (algo que trataremos em outra matéria, já que se trata de outro padrão: “modo de comunicação”), porém com sotaque.
Quando se trata de comunicação direta, com o uso da voz, os seres relatados na casuística demonstram falar fluentemente o idioma do contatado, embora em alguns casos o sotaque seja perceptível.
Caso 02 – Data: 6 de novembro de 1957. Local: Dante, Tennessee, EUA. Protagonista: Everett Clark.
O caso dois apresenta um detalhe importante. Na noite anterior a este incidente, o contatado Schmidt (do nosso primeiro caso) estava em todas as rádios, afirmando ter encontrado uma nave prateada ocupada por quatro homens e duas mulheres que falavam com ele em inglês com sotaque alemão, e entre eles em “alto alemão”. Na manhã seguinte, 6 de novembro de 1957, um menino de 12 anos chamado Everett Clark contou uma história que apareceu no jornal local de Knoxville. Clark, de Dante, um subúrbio de Knoxville, disse que viu uma embarcação desembarcada com dois homens e duas mulheres do lado de fora, os quais ele disse que tinham sotaque alemão. Ele disse que tentaram agarrar seu cachorro Frisky, em vão, depois voltaram para sua embarcação e partiram.
Em participação no livro de Charles Bowen; UFO Occupants in United States Reports , Coral Lorenzen descreve o caso: aproximadamente às 06h30 do dia 6 de novembro de 1957, Everett Clark, de 12 anos, de Dante, Tennessee, levantou-se para abrir a porta para seu cachorro Frisky e viu um objeto em um campo a aproximadamente 100 metros de sua casa. Ele disse que acreditou estar sonhando e que voltou para dentro.
Aproximadamente 20 minutos depois, saiu para chamar seu cachorro e viu que ele estava com outros cães do outro lado da estrada, próximo ao objeto. Dois homens e duas mulheres estavam do lado de fora do objeto, aparentemente vestidos de maneira normal. Um dos homens tentou pegar Frisky, que grunhiu e recuou. O homem tentou pegar outro cachorro, que tentou mordê-lo.
Depois disso, Everett declarou que essas pessoas falavam “como soldados alemães” que ele tinha visto no cinema e na televisão. Essas pessoas voltaram no objeto “como se atravessassem a parede diretamente, como se fosse de vidro”. O objeto subiu “direto” sem fazer barulho. Everett afirmou que era alongado e redondo e “sem cor específica”. Um jornalista perguntou-lhe se poderia ser translúcido, e ele respondeu que era possível.
Everett disse que um dos homens acenou para que ele se aproximasse, mas ele recusou. Os jornalistas lhe perguntaram se ele tinha ouvido falar do incidente Schmidt, que ainda não estava no jornal, mas sobre o qual as rádios haviam falado na véspera de 6 de novembro de 1957, mas ele aparentemente desconhecia.
O diretor da escola de Everett disse que ele era um menino sério e honesto, e seus pais disseram que o encontraram chateado quando voltaram do trabalho na mesma manhã – eles trabalhavam em uma fábrica de tricô próxima. Seu pai disse mais tarde que não acha que seu filho poderia ter inventado isso, mas que ainda não acredita. Sua avó disse que ele telefonou para ela após o incidente e que estava “histérico”.
O jornalista Carson Brewer foi ao local com Everett e outras pessoas e descobriu um “anel oblongo de grama prensada” de 8 metros dos quais 1,50 metros, estima-se que não poderia ter sido feito pelo menino “a menos que fosse em volta pelo menos uma dúzia de vezes.” Everett afirmou que o objeto era muito maior que esse traço.
Everett Orain Clark faleceu em 2018. Não consegui encontrar informações sobre se ele manteve seu relato até a morte.
Análise
É importante notar que um dia antes, em outro estado, o contatado Reinhold O. Schmidt já estava contando sua história sobre seu possível encontro. Em minhas buscas, encontrei referências a uma possível influência na testemunha de 12 anos. Ele poderia ter apenas repetido a narrativa de Schmidt ou realmente presenciado o fato? Bem… Como já mencionei, o objetivo aqui não é avaliar a veracidade dos casos.
O garoto Clark relata que conseguiu identificar a língua falada como alemã, com base no que ele já tinha assistido no cinema e na televisão. Vale destacar que Schmidt conta que, entre eles, os UFOnautas falavam em alemão. Como eles não dirigiram palavras diretamente a Clark, mas sim estavam conversando entre eles, usavam o idioma alemão. Ou pelo menos foi o que o garoto identificou.
Caso 03 – Data: 7 de janeiro de 1956. Local: Honolulu, Havaí, EUA. Protagonista: Willard L. Wannall.
Em 7 de janeiro de 1956, Willard Wannall, sargento do Exército dos EUA na época, disse que viu um disco voador pousar, junto a outros militares, em uma área isolada de Kaimuki, perto de Honolulu, no Havaí. Ele foi interrogado por oficiais de inteligência do Exército dos EUA e da Força Aérea dos EUA em Fort Shafter, onde estava estacionado, e escreveu um relatório de 32 páginas sobre o incidente ao seu comandante.
Embora a breve descrição de Wannall sobre o incidente tenha sido mencionada em relatórios de avistamentos de OVNIs da época, seu relatório detalhado sobre o incidente nunca foi divulgado publicamente.
Depois de se aposentar do Exército, ele escreveu um livro sobre o incidente em 1967; Wheels Within Wheels and Points Beyond onde descreveu como ainda estava sob ordens de segurança nacional para não divulgar detalhes importantes sobre o incidente:
“No entanto, pode ser afirmado sem pôr em risco a segurança da minha família e amigos, ou violar quaisquer restrições de segurança, que testemunhamos a aterragem perto da nossa casa de um objecto voador não convencional claramente definido que permaneceu sob a nossa vigilância durante todos os quarenta e cinco minutos antes da sua partida. Além de mim, estavam presentes seis outros indivíduos responsáveis e altamente respeitados, que visualizaram os detalhes deste avistamento alternadamente com e sem o auxílio de binóculos de alta potência.”
Agora observem, em seu livro, Wannall descreve também o seguinte:
“O Coronel, o Sargento e eu nos separamos do grupo principal e começamos a procurar pelo local exato de pouso do disco, usando o contador Geiger como um possível meio de detecção. Eu os guiei diretamente para onde acreditava ser o local e notei várias perturbações que tendiam a confirmar que algo havia pousado ali não muito tempo antes. Descobrimos que alguns dos cactos estavam severamente danificados, e a matéria verde e suculenta ainda estava saindo frescamente da base das plantas. Também encontramos um traje de voo de verão da Força Aérea dos Estados Unidos, praticamente novo, que aparentemente havia sido descartado apenas algumas horas antes. A pista final que encontramos foi uma suástica de três metros cortada no solo muito recentemente e, a julgar pela excitação dos outros, era a “descoberta” mais importante para os estudiosos de discos voadores. Fui informado de que esse símbolo particular havia sido avistado antes em locais de supostos “pousos de discos” e tinha um significado oculto em várias sociedades secretas. Naquela época, eu era completamente ignorante em relação a fenômenos metafísicos e ocultos. Meus pensamentos, na maior parte, estavam ocupados com questões puramente físicas e mundanas.”
Décadas mais tarde, um repórter do Maui UFO Report conseguiu entrevistar Wannall antes de seu falecimento em 2000, e o público pôde saber alguns dos principais detalhes do incidente do pouso do OVNI:
“Desta vez, a nave com formato de sino, prateada, com cúpula e escotilhas, pousou nas colinas densamente arborizadas atrás de Honolulu. Quando o Sargento Wannall se aproximou, uma escotilha se abriu. Ele notou a suástica e a Cruz de Ferro nazista tanto no OVNI quanto no uniforme do ocupante. O piloto do disco voador falou com um sotaque alemão e estava usando um uniforme nazista! … O Sgt. Wannall nos disse que nazistas fugitivos, que tinham discos voadores, haviam fugido para a América do Sul e bases secretas subterrâneas, abaixo do gelo na Antártida, pouco antes da rendição nazista na guerra”. (Hawaii UFO Magazine #2)
Neste caso, eu diria que não temos necessariamente entidades que falavam alemão, mas sim, que seriam alemães na visão da testemunha.
O Sgt. Wannall vivenciou o fenômeno UFO e conseguiu registrá-lo.
O NICAP divulgou um relato detalhado do avistamento de Willard Wannall como segue, na Seção 8 de The UFO Evidence (1964).
“28. Foto de Wannall, Havaí. O Sr. e a Sra. William L. Wannall, de Honolulu, Havaí, estavam dirigindo para o sul na 10ª Avenida às 20h45, quando notaram “três grandes luzes voando em uma formação ampla sobre a área de Kaimuki… o céu estava claro e a visibilidade ilimitada, com ventos alísios prevalecentes.” (SAUCERS, Vol. IV No. 2). Depois de observar as luzes por cerca de 1 minuto, o Sr. Wannall tirou uma foto delas com sua câmera Cannon de 35 mm, usando filme colorido Anscochrome (32 ASA), exposição 1/8, abertura f/1.8. A NICAP visualizou apenas uma impressão em preto e branco, que mostra três luzes em um padrão triangular, duas das quais têm “rastros” curvando-se acentuadamente. Ao lado, há outra luz aparente, ligeiramente maior. Há um fundo escuro sem pontos de referência visíveis. Segundo Max B. Miller, que examinou uma impressão colorida, as luzes são amarelo-brilhantes, exceto por um dos ‘rastros’, que é verde-azulado. O quarto ‘objeto’ não era visível para o fotógrafo. As fontes de luz estão cercadas por um ‘efeito tipo auréola'”.
Análise
Vamos abordar um ponto importante aqui. Nessa correlação, como já deixei claro, não busquei casos em que as entidades falassem na língua do contatado, mas sim, de forma extraordinária, casos em que as entidades falassem em uma língua específica, independentemente. Isso é o que realmente é interessante.
Esse tipo de correlação é o mais difícil que venho tentando identificar.
Se apenas fosse o caso das entidades falarem alemão no idioma do contatado, poderia citar o caso dos irmãos Leo e Mike Dworshak, ocorrido em Dakota do Norte, EUA, em 1932. Os irmãos, cuja primeira língua era o alemão, mantiveram contatos com entidades de um UFO com características absolutamente humanas, e que falaram com eles em sua língua natal fluentemente.
Portanto, o caso Wannall não se trata de um padrão necessariamente. Embora os ocupantes do UFO falassem com um forte sotaque alemão e estivessem com o que ele identificou como uniforme alemão com suástica, as entidades não foram descritas necessariamente falando diretamente o alemão. Ele também não especifica se eles falavam o idioma inglês, mas com o sotaque alemão, podendo, portanto, estarem falando tanto o alemão quanto o inglês.
Nota: embora na descrição do seu livro, tenhamos base para acreditar que o Sgt. Wannall realmente presenciou tais entidades falando, não consegui encontrar a entrevista que ele teria dado, segundo a fonte, a Hawaii UFO Magazine.
Caso 04 – Data: 14 de maio de 1958. Local: Sarandi, Rio Grande do Sul, Brasil. Protagonista: Artur Berlet.
Esse quarto e último caso da lista ocorreu no Brasil e, de longe, é um dos mais surreais do mundo. O caso do tratorista de Sarandi possui inúmeras peculiaridades. Além do fato de ter viajado a outro planeta e lá ter almoçado com seus sequestradores e conhecido a cultura local, uma característica interessantíssima do que estamos tratando também marca o caso.
No dia 14 de maio de 1958, Artur Berlet, tratorista da Prefeitura de Sarandi, Rio Grande do Sul, regressava do interior do município, viajando ora a pé ora de carona, quando, às 19 horas, ao passar pela fazenda do Dr. Dionisio Peretti, viu uma luz estranha no mato à beira da estrada a uns 200 metros de onde se encontrava. Curioso, atravessou a cerca de arame para ver o que era aquilo e, chegando a 3 metros do foco, constatou que a claridade opaca provinha de um enorme objeto circular, de uns 30 metros de diâmetro, cuja forma lembrava duas bandejas, viradas uma contra a outra. Receoso, pensou em fugir, mas a curiosidade foi mais forte e ele se aproximou alguns passos.
Subitamente, surgiram alguns vultos e um forte jato de luz atingiu-o, fazendo perder os sentidos.
Ao recuperar a consciência, encontrava-se atado num leito tipo cama de hospital. Algumas pessoas se movimentavam aparentemente alheias à sua presença. Eram altas, mais do que o normal na Terra, claras, cabelos cor de palha.
“Procurei dirigir-me a elas em diversos idiomas. Umas me olharam indiferentes, outras sequer olhavam…”
Pouco depois, Berlet foi desamarrado por dois indivíduos que o levantaram e o levaram a outro compartimento, onde lhe vestiram uma capa comprida. Sempre amparado pelos flancos, porque ele se sentia muito fraco, os homens o conduziram através de várias salas até uma porta de saída. Surpreso, constatou que a nave estava pousada em solo firme, numa cidade estranha. Sentiu então, grande mal-estar.
“Tive a impressão de que havia perdido metade de meu peso e, ao mesmo tempo, de que meus ombros haviam aumentado de volume.”
Amparado pelos dois tripulantes, saiu do disco e foi levado, a pé por uma rua estreita, com altos edifícios de cores variadas e intensamente luminosas, até um grande prédio, onde entraram. Ali, foi alimentado com uma espécie de carne e pão. Depois, foi conduzido a outra sala, onde haviam muitas pessoas reunidas.
Tentaram estabelecer conversação com ele, mas não se compreendiam mutuamente. Berlet falou-lhe em Português, Espanhol, Italiano e Alemão. Quando falou nesta última, um deles levantou-se, demonstrando grande alegria, e disse:
“Deutsch?” (Alemão?)
Terminada a reunião, esse homem, que só sabia falar umas três ou quatro palavras em alemão levou-o a um outro edifício. Ali, Berlet tomou um banho de “água tão leve como gás”, vestiu novos trajes que lhe deram e foi conduzido a uma sala, onde várias pessoas, sentadas ao redor de uma mesa retangular, conversavam animadamente.
“- Ao notarem nossa presença, todos, como por encanto, calaram-se e se voltaram para mim!”
Seu acompanhante falou algo com eles e, então levantou-se um homem alto e forte, dizendo-lhe em correto alemão:
“- Sente-se.”
Daí em diante esse indivíduo, de nome Acorc, passou a ser seu cicerone, levando-o a visitar aquela e outra cidades de Acart – o nome daquele mundo – explicando-lhe tudo que via e perguntava.
Berlet era descendente de alemães ele falava fluentemente alemão e Acorc falava alemão também. No seu livro; Os Discos Voadores, Da Utopia à Realidade Artur Berlet explica como Acorc aprendeu alemão:
“Naquela altura eu era todo pergunta e todo curiosidade e como meu amigo Arcoc parecia ter prazer em explicar-me tudo, arrisquei mais uma pergunta.
– Como é que o senhor sabe falar a lingua alemã? Por acaso existe aqui, em seu planeta, um país que fale este idioma?
– Não. Aqui não existe e quero lhe dizer mais. Aqui não há mais países. Acart já há muito tempo que é um país único. Há aproximadamente cem anos (terricolas), Acart era dividido em centenas de países, mas com a compreensão mútua dos povos, foram abolidas as fronteiras, terminaram as guerras e juntamente progredimos, como vê e ainda verá. Quanto a eu saber falar alemão, custou-me e a mais uns colegas muito tempo para conseguir isso. Mas como vé, conseguimos em parte.
Qual foi a técnica usada para isso?
Bem, como disse, requereu de nós bastante paciência e inteligência. Periodicamente, faziamos uma viagem à Terra e nos países visados fotografávamos tudo quanto eram letreiros, pois temos aparelhos com os quais se pode tirar uma foto da cabeça de um prego a 200 quilômetros de distância. Captamos todos os programas de rádio e televisão, gravamos todas as radiofonias e assim trouxemos várias toneladas de material que depois aqui era estudado e comparado. Dessa forma, em menos de 10 anos (terrícolas) conseguimos o nosso objetivo, como você pode ver. – Mas, conseguiram somente a lingua alemã?
– Não. Esta é a que eu mais me dediquei, mas outros da equipe se interessaram por outras e já o conseguiram também.
– Quais são as outras?….
– São o russo o inglês o espanhol.”
Análise
O caso Berlet, que já conhecia há muito tempo, foi o caso que chamou minha atenção para identificar ou buscar identificar o padrão linguístico dentro da casuística.
O mais impressionante é que os seres descritos por Berlet não usavam o alemão como língua nativa (óbvio?), mas sim, pelo menos com os quais ele se comunicou, teriam aprendido o idioma após observações da Terra, da língua e da cultura terrena. E por algum motivo, talvez por adaptabilidade fonética, essas entidades específicas escolheram aprender o alemão.
Isso é surreal e fantástico. O caso Berlet é, de longe, um dos mais impressionantes por todas as suas características.
Seres com características totalmente humanas que estudavam nossa cultura a ponto de aprender idiomas da Terra.
Considerações:
É interessante notar que os casos que apresentei ocorreram durante o período chamado de “Era dos Contatados”, que abrange o final dos anos 40 até o final dos anos 60. Durante esse período, diversas pessoas alegaram ter tido contatos diretos com seres extraterrestres. Essas interações variavam desde encontros visuais até comunicações telepáticas e viagens a bordo de naves espaciais. Os contatados frequentemente transmitiam mensagens de paz, espiritualidade e advertências sobre os perigos do desenvolvimento tecnológico e nuclear da humanidade.
Van Tassel, George Adamski, Truman Bethurum, Billy Meier, entre outros, foram figuras que marcaram essa época na ufologia.
Outro ponto interessante referente a essa era, na qual se encontram nossos casos, é o fato de que além de Adamski, os relatos de Meier também trazem referências a aliens falando alemão! Sim, existem referências nos escritos de Adamski e Meier que fazem referência a tal fato. Entretanto, optei por deixar de fora, já que seus supostos contatos foram muito variados, plurais e controversos.
Mas, por exemplo, Semjase, a extraterrestre nórdica de Meier, mantinha contato contínuo com ele e, segundo ele, de todas as línguas da Terra, ela dominava apenas o alemão e não aprendeu nenhuma outra; outros membros do Plejaren teriam dominado outras.
Já Adamski também havia relatado várias vezes escutar seus “amigos venusianos” conversando na língua alemã.
Se a língua germânica num caso de contato com UFOnautas já parece estranha, mais curiosa ainda são as semelhanças físicas, que transparecem ao longo de diversos casos de contato em graus diversos. Aliens “humanos” de cabelos curtos (no caso dos homens) e também longos, e médios, no caso das mulheres, se espalham pela casuística, e parecem se concentrar num período de tempo que vai dos anos 40 ao fim dos 70, decaindo gradualmente, mas sem desaparecer, justamente quando começa uma avalanche de casos de seres de tipologia também humanoides, mas com aparência grotesca e não humana, como os Grays.
Se observarmos os casos apresentados aqui, vemos que os seres eram totalmente humanos, divergindo apenas na cor da pele, características de vestimentas e traços, entre si. Isso nos faz perguntar: por quê?
Bom, não temos como saber o que tudo isso representa, apenas especular e notar aí um curioso padrão. Os padrões nos ajudam a corroborar casos, embora não possa dar factualidade, como disse no início da matéria, nos deixam intrigados.
Seriam algumas das entidades relatadas, de fato alemãs em algum programa secreto de aeronaves exóticas? Em alguns casos, poderia ser!? Seriam as entidades realmente seres extraterrestres que por ventura optaram por dar prioridade a aprender o idioma justamente por lhes ser mais propício ou por opção própria como no caso Berlet? Seria a língua alemã uma língua com uma fonética mais receptiva a seres com nossas características falarem?
São muitas as indagações que podemos fazer; o fato é que, ainda que ínfimo, esse curioso, intrigante e interessantíssimo padrão linguístico-casuístico existe, e só nos deixa mais fascinados com a maravilhosa casuística ufológica.
Autor: Júlio Tavares. Um entusista da ufologia, um interessado pelos mistérios, um cauteloso divulgador ufológico.