Na antiga União soviética, a ex-combatente e dona de casa, Ninel Sergeyevna Kulagina, foi exaustivamente investigada pela comunidade acadêmica, por possuir habilidades unicamente incomuns. Conheça Nina Kulagina; talvez, a única pessoa comprovadamente telecinética do mundo.
Em março de 1970, Nina Kulagina, uma ex-membro do regimento de tanques do Exército Vermelho que afirmava possuir habilidades psíquicas, conseguiu parar o coração de um sapo utilizando apenas a força da mente. Sentada na sala de observação do Instituto Militar Ukhtomskii em Leningrado, Rússia, Kulagina realizou esse feito enquanto cientistas monitoravam os batimentos cardíacos do sapo recém-sacrificado, que estava imerso em uma solução capaz de mantê-lo pulsando por até uma hora. Eletrodos ligados ao pequeno relógio do anfíbio mediam os batimentos por minuto.
Enquanto era observada por médicos soviéticos, a frequência cardíaca de Kulagina aumentou de forma notável durante os sete minutos que ela levou para interromper mentalmente os batimentos cardíacos do sapo. Ela dedicou 20 minutos a se preparar para esse exercício.
Em seguida, Kulagina tentou manipular a frequência cardíaca de um médico presente na sala. Este médico mantinha uma postura cética em relação aos supostos poderes de Kulagina. Ambos estavam conectados a máquinas de eletrocardiograma. Dentro de poucos minutos, os analistas perceberam que o coração do médico estava batendo a um ritmo considerado “perigoso”, o que levou ao encerramento imediato do experimento. No entanto, o vídeo desse evento chegou rapidamente ao Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Isso levantou a questão: Kulagina realmente possuía habilidades psíquicas ou os soviéticos estariam tentando confundir seus inimigos, sugerindo a existência de capacidade extrasensoriais avançadas?
Ninel Sergeyevna Kulagina (também conhecida como Nelya Mikhailova) nasceu em 1926 e faleceu em 1990. Era uma dona de casa russa que ganhou reconhecimento devido às suas alegadas habilidades paranormais, especialmente relacionadas à psicocinese. Durante duas décadas de sua vida, ela foi o foco de pesquisas científicas realizadas na União Soviética. Segundo registros provenientes da URSS, Kulagina foi avaliada por um grupo de 40 cientistas, incluindo dois vencedores do Prêmio Nobel. Dentre os pesquisadores notáveis que conduziram testes laboratoriais com ela estavam o fisiologista LL Vasiliev, o neurofisiologista Genady A. Sergeiev, o pesquisador psíquico Zdenek Rejdak, o psicólogo B. Blazek e o Dr. J. S. Zvierev.
Um dos casos de psicocinese mais minuciosamente investigados o de Nina. Ela se tornou famosa por suas alegadas habilidades de mover pequenos objetos à distância, usando apenas o poder da mente.
Nina Kulagina alegava que suas habilidades psicocinéticas começaram em sua casa. Ela descreveu o início de seus poderes para duas escritoras americanas, Sheila Ostrander e Lynn Shroeder, que viajaram para a União Soviética para entrevistá-la. Ela relatou um incidente:
“Um dia, fiquei extremamente zangada e chateada. Eu estava indo em direção a um armário no meu apartamento quando, de repente, um pote na prateleira se moveu para a beirada, caiu e se quebrou.”
Kulagina explicou ainda que após esse incidente, outros objetos começaram a se mover sozinhos no quarto. Portas se abriam e fechavam, e as luzes se acendiam e apagavam sem nenhum estímulo físico óbvio. Inicialmente, ela não percebeu que sua pura força de vontade desencadeava esses eventos e os percebia como se estivesse testemunhando algum tipo de atividade poltergeist. No entanto, durante a década de 1960, o estabelecimento científico soviético parecia interessado em explorar as capacidades avançadas da mente humana e as implicações potenciais desses poderes. Rumores diziam que Nina Kulagina fazia parte de um programa de pesquisa que envolvia a exploração da “visão cega”, onde indivíduos eram testados quanto à capacidade de perceber cores usando as pontas dos dedos.
Através desses experimentos, descobriu-se que Kulagina conseguia mover objetos físicos pelo ambiente através da concentração de sua vontade. Ela conseguia mover uma variedade de objetos sobre uma mesa a curtas distâncias (mesmo quando uma caixa de vidro hermeticamente selada era colocada sobre os objetos). A única vez em que ela não conseguiu mover objetos foi quando eles foram colocados no vácuo.
Também foi relatado que em uma ocasião, ela foi vista separando a clara da gema de um ovo (que estava em solução salina). O pesquisador britânico Benson Herbert relatou que quando Kulagina tocou seu braço com a mão, ele sentiu uma dor intensa e desenvolveu uma marca de queimadura que levou oito dias para cicatrizar.
Avaliações médicas de sua condição física durante as demonstrações de psicocinese sugeriram que Kulagina estava experimentando níveis elevados de estresse, com seu pulso chegando a registrar até 200 batimentos por minuto. A atividade cerebral na parte de trás de sua cabeça foi registrada como quatro vezes maior do que o normal, e um campo magnético se formava ao redor de seu corpo. Após uma sessão de duas horas demonstrando sua habilidade psicocinética, Kulagina geralmente perdia um quilo de peso e sofria tonturas, fadiga muscular e insônia.
Diferentemente de muitos de seus colegas ocidentais no campo paranormal, Nina Kulagina nunca lucrou com suas habilidades financeiramente. Isso provavelmente ocorreu devido ao sistema soviético, que desencorajava tal exploração evidente, e ao fato de que, como cidadã soviética, jamais passou pela mente de Kulagina pedir honorários ou buscar qualquer forma de publicidade egoísta. Ao contrário de diversos de seus equivalentes do Ocidente, nunca se chegou a uma conclusão definitiva de que Nina Kulagina fosse uma fraude – embora a propaganda anti-soviética proveniente do Ocidente tenha insinuado que ela era uma fraude que teria sido pega diversas vezes fabricando suas habilidades psicocinéticas. A exposição como fraude no Ocidente parece não deter os mercadores ocidentais do “paranormal” de seguir uma carreira lucrativa – como pode ser observado na trajetória de Uri Geller. Contudo, o caso de Kulagina é intrigante por várias razões.
Conforme a União Soviética rejeitava o pensamento burguês distorcido e o substituía pela ciência progressista do proletariado (acompanhada por um sistema educacional estatal amplo e sistemático), surge a pergunta: por que, na década de 1960, um cidadão soviético, que de outra forma seria considerado “são”, repentinamente afirmaria ter a capacidade de realizar algo semelhante a versões seculares dos milagres presentes na tradição judaico-cristã?
Mesmo que tal habilidade emergisse (ou parecesse emergir), por que as autoridades soviéticas permitiriam que isso se tornasse de conhecimento público? O dilema com o tópico “paranormal” é que, em grande parte, ele deriva da teologia judaico-cristã interpretada para os tempos modernos. Os fenômenos paranormais, nesse contexto, equivalem aos milagres ligados à religião, manifestando-se “além” do controle eclesiástico. No contexto do pensamento soviético, isso poderia sugerir um retorno às condições pré-revolucionárias, a menos que fosse provado que a mente humana possui capacidades especiais, inteiramente independentes da mitologia religiosa. Se o caso de Nina Kulagina não foi moldado pela propaganda anti-soviética do Ocidente, tampouco foi resultado da fé religiosa, então permanece como um fascinante exemplo das possibilidades da mente humana.
Informações adicionais: O nome “Nina Sergeyevna Kulagina” é transliterado para o alfabeto inglês como “Нине́ль Серге́евна Кула́гин” em russo. Também é convertido para o inglês como “Ninel Sergeyevna Kulagina”. Nina Kulagina nasceu em 30 de julho de 1926 e faleceu em abril de 1990. Em 22 de junho de 1941, as forças da Alemanha nazista invadiram a União Soviética. Logo após essa invasão, Nina Kulagina se alistou no Exército Vermelho, antes de completar 15 anos de idade em 30 de julho de 1941. Sua biografia relata sua sobrevivência à Grande Guerra Patriótica (1941-45), embora ela tenha sido ferida perto do fim do conflito. Parece que a frustração proveniente de sua lesão e o longo período de recuperação contribuíram para o intenso estresse psicológico e físico que desencadeou sua capacidade inicial de mover objetos através da força de vontade.
A partir desse ponto, ela desenvolveu suas habilidades por meio de exercícios que aprimoraram sua concentração, permitindo mover objetos com maior precisão e refinamento. Suas habilidades foram primeiramente avaliadas por um cientista chamado Edward Naumov, que a observou mover fósforos espalhados sobre uma mesa sem tocar neles. Mais tarde, o Dr. Genady Sergeyev conduziu testes, incluindo a separação da gema do ovo da clara enquanto estava suspensa em solução salina. Durante esse experimento, o campo eletrostático ao redor do corpo de Nina Kulagina começou a pulsar a uma taxa de quatro ciclos por segundo. O Dr. Sergeyev acreditava que essas ondas de energia agiam como uma força magnética vibratória. Ele afirmou: “Quando essas vibrações magnéticas, ou ondas, ocorrem, o objeto que ela focaliza age como se estivesse magnetizado, mesmo que não seja magnético por natureza”.
O caso Kulagina gera especulações no mundo até hoje, alguns acreditam que ela foi nada mais, nada menos, que uma propaganda soviética, no intuito de demonstrar algum pseudopoder à frente dos EUA na guerra fria.Por outro lado, é meio surreal acreditar que só os cientistas ocidentais são coerentes e honestos, pois Kulagina foi acompanhada de perto por institutos e profissionais soviéticos das ciências.
Seja como for, a natureza da mente humana não é completamente conhecida, e como sabemos também, tanto a CIA quanto a KGB, investiram em experimentos e pesquisas em torno dessa área.O caso Nina Kulagina continua aí, registrado em dados, fotografias e filmagens, abaixo deixo um vídeo com a dona de casa telecinética, demonstrando suas habilidades: