Sabemos que ser ufólogo não é apenas colecionar material ufológico nem escrever extensas linhas em posts no Facebook, não é também criar canal e contar casos no YouTube. Comprar livros, assinar revistas, baixar vídeos e assistir documentários; armazenar informações tão somente define um ufólogo?
Desde que a pesquisa ufológica saiu do âmbito restritamente militar e se espalhou para o âmbito civil, a ufologia ganhou novos ares e cresceu, se intesenficou, isso foi bom. (Bem, não somente bom).
Mas também desde os “Adamskis e Billy Meiers” a ufologia infelizmente enfrenta um inimigo em comum, o próprio entusiasta. Não, fazer tudo isso que citei ali no início não faz de ninguém um ufólogo.
Ser ufólogo não é tão simples como se imagina. O papel de um “ufologista” é algo tão extremamente dificultoso. Tratar de fazer ufologia de fato é aplicar à investigação, e isso poucos fazem.
Eu costumo pensar também que muito pouco se fala em uma verdade, verdade essa que parece ser ignorada por quase todos no meio ufológico, “fazer ufologia” custa caro! Sim, um ufológo precisa de mais do que vontade e interesse em pesquisar o fenômeno UFO, ele precisa de tempo e dinheiro. Correr atrás de evidências do fenômeno requer custos e gastos que nem todos podem se dispor a ter.
É errôneo pensar que pesquisar material de ufologia na internet ou conhecer muitos casos nos tornam em ufológos. Não é bem assim…
Mas deixando esse ponto que apenas foi uma observação pessoal minha de lado, gostaria de entrar na ressalva importante:
O papel do ufologista na era moderna
Ao usar o termo “ufologista” estou pessoalmente me referindo a todos aqueles que pesquisam e compromissam-se a contribuir de qualquer forma com a pesquisa “ovnilógica” séria, ou seja, a nós entusiastas também.
Esse papel que abranjo a todos os que se envolvem com uma pesquisa séria, ainda que seja “de sofá” não é tão simples assim como se imagina. Quanto mais adentramos às minúncias das informações ufológicas, mais nos deparamos com desafios. Os desafios nas entranhas do campo investigativo ufológico ao qual praticamos são reflexivos fortemente dentro da esfera digital, e é nesse terreno trabalhoso que atuamos e devemos fazê-lo com seriedade.
Ora, se não cabe a nós não sendo ufológos de fato o trabalho de ir a campo recolher material, entrevistar testemunhas, pressionar o meio militar e levar amostrar aos laboratórios, o que nos resta então? A resposta e muito simples, contribuir para à divulgação com responsabilidade dos assuntos ufológicos.
Cada vez e cada dia mais, novos e novos conteúdos ufológicos são bombardeados na rede, não há como parar isso, não há como evitar. O que essa massificação de informação nos gera? A partir do princípio que tudo que não se conhece pode ser subjetivo, temos já aí uma grande pedra para garimpar.
À medida que avançamos, encontramos diversos desafios problemáticos no mundo digital. O índice de dados para analisar são muitos.
O maior desafio do ufologista moderno dentro desse emaranhado de dados está contido em duas formas; vídeos e fotos, esses são os grandes violões dos destemidos heróis ufológicos anônimos. Sem falar que agora temos a tal IA, com a ascensão da inteligência artificial tudo parece se tornar mais prático e fácil, no nosso caso específico é o oposto.
Se ufológos do passado tiveram trabalho com os trambiqueiros das latas de lixo, tampas de panelas, e maquetes de garagens, os ufologistas modernos possuem equivalência ou superior dificuldade com os embusteiros digitais. Inimagináveis são os conteúdos fraudulentos disseminados por todos os cantos da internet, lidar com tudo isso nos faz ser verdadeiros “trabalhadores braçais da Net”.
Talvez pior do que descobrir uma verdade sobre “múmias aliens” é descobrir se aquele novo vídeo de OVNI que surgiu, novo ponto luminoso que brotou, ou novo vulto que apareceu atrás de uma árvore é na verdade algo verdadeiro. Aí que entra o ardiloso e penoso trabalho de nós, “os ufologistas modernos”. Como fazer para descobrir a verdade por detrás de cada coisinha nova que surge todo dia? A quem recorrer quando uma nova imagem surge? Quando um novo vídeo e baixado na Net? Me pergunto como iremos enfrentar cada vez mais esse crescente desafio…?
Vale refletir
Fico imaginando, será que no meio de toda essa informação que se tem na rede não há algo surpreendente que deixamos passar? No meio desses milhões ou bilhões de vídeos e fotos pode se ter algo explendido… Imagine que algum dia alguma fotografia ou vídeo foi postado na internet e de fato tenha capturado um fenômeno anômalo real, que de fato haja ali algo surpreendente e que passou despercebido… Saberíamos? Um exemplo de uma prova disso seria o tal vídeo do ET de Varginha, se cogita que exista tal vídeo, outros falam que existe também foto, agora, imagine se for verdade, isso já não poderia ter ocorrido em outra situação, um flagrante real e verídico ter sido postando na rede e passado despercebido? Será que como esse tal vídeo e foto de Varginha, não se tenha já algo tão substancial quanto em algum canto da internet ou bem na nossa cara?
Vale refletir, essa situação demasiada compromete nossa busca pela verdade. E agora, quem poderá nos defender, de nós mesmos? Sim, já que nós entusiastas muitas das vezes contribuímos irresponsavelmente com isso tudo isso. Já não bastassem aqueles que especificamente já o fazem, com canais e grupos especializados em vídeos e imagens de falsos OVNIs e EBEs por aí. Pois é, existem pessoas, canais no YouTube por exemplo que são especializados em produzir conteúdo ufológico fake. Muitos não sabem, mas a mentira muitas das vezes gera mais lucro do que a verdade.
Constituímos uma geração pioneira nas tecnologias e meios de divulgação de informações a nível instantâneo e mundial, mas não sabemos nos lidar com isso. Daqui para frente é só piorar… Os desafios serão ainda maiores e complexos, mas acho que devemos nos impor e nos colocarmos como frente ampla na mão-de-obra do combate à mentira! Tanto ufológica como qualquer outra.
Para isso precisamos ter punhos firmes e pés no chão, mas acima de tudo cabeça no lugar. Acho ridículo quando vejo os próprios do meio ufológico ignorando às informações de seriedade por puro ego ou prepotência.
O trabalho pode e deverá ser ardiloso realmente, a intensificação não deve nos assustar, ainda que temas polêmicos no próprio ambiente da ufologia venha a nós dividir, no batente pela identificação da veracidade temos que nos unir e sermos firmes, se aprofundar mais e mais numa pesquisa séria e minunciosa deve ser nossa prioridade, nao basta ficar esperando por governos, organizações e entidades divulgarem mais um ridículo videozinho de uma “mancha” e nos conformamos; “veja, ali um vídeo legítimo de um disco voador”. Vamos pegar no pesado e trabalhar em nossa própria e incessante busca pela verdade, destemidamente!
Por: Júlio Tavares