As Nações Unidas (ONU) confirmaram que as defesas planetárias da Terra estarão monitorando o cometa interestelar 3I/ATLAS enquanto ele atravessa o nosso sistema solar.
Desde ontem, 27 de novembro, uma equipe global de cientistas da Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN, na sigla em inglês) dará início a uma campanha de dois meses para monitorar o cometa à medida que ele se aproxima do nosso planeta.
“Embora não represente uma ameaça, o cometa 3I/ATLAS oferece uma grande oportunidade para a comunidade IAWN realizar um exercício de observação devido à sua longa visibilidade a partir da Terra e ao grande interesse da comunidade científica”, explica a ONU em seu site.
A campanha de monitoramento do 3I/ATLAS foi oficialmente lançada pela International Asteroid Warning Network (IAWN). Essa rede funciona “sob os auspícios” da United Nations Office for Outer Space Affairs (UNOOSA), agência da United Nations (ONU) voltada ao uso pacífico do espaço.

Esta campanha 3I/ATLAS é o 8º exercício de observação da IAWN desde 2017 – a IAWN realiza estes exercícios aproximadamente uma vez por ano.
Embora o cometa 3I/ATLAS tenha sido descoberto apenas em julho de 2025, a ONU explicou que essa “campanha de observação de cometas” já estava planejada há muito tempo.
“O IAWN vinha planejando uma campanha de observação de cometas no outono de 2025 desde 2024 para testar suas capacidades de medição da posição de cometas, que apresentam desafios astrométricos adicionais, pois aparecem como objetos difusos e extensos em comparação com asteroides pontuais no campo de visão de um telescópio”, acrescentou.
A notícia surge pouco depois de a NASA ter descartado de vez as alegações de que o objeto poderia ser uma nave espacial alienígena.
“Queremos muito encontrar sinais de vida no universo… mas o 3I/ATLAS é um cometa”, disse Amit Kshatriya, um alto funcionário da NASA, em uma coletiva de imprensa.

Desde que foi avistado pela primeira vez em julho, o objeto – apelidado de 3I/ATLAS – tem cativado cientistas e internautas, chegando a levar Kim Kardashian a pedir respostas à NASA.
Muitos cientistas afirmaram que se tratava apenas de um cometa vindo de um sistema solar diferente.
No entanto, outros – incluindo um membro do Congresso dos EUA e o professor Avi Loeb de Harvard – estavam convencidos de que o objeto poderia ser uma nave tecnológica de origem não humana.
Na semana passada, a NASA divulgou fotos tiradas por três de suas espaçonaves em Marte enquanto passavam a apenas 18 milhões de milhas do objeto.

Essas imagens supostamente puseram fim a qualquer especulação, confirmando a identidade do objeto. E, infelizmente para alguns entusiastas de uma nave tecnológica, a agência espacial americana afirma que 3I/ATLAS é um cometa.
O único homem que ainda mantém a esperança de que o objeto possa ser extraterrestre é o professor de Harvard, Avi Loeb, que compartilhou novas imagens do objeto interestelar obtidas com um telescópio amador entre 22 e 24 de novembro.
As fotos revelam uma “cabeça” brilhante e difusa chamada coma, juntamente com uma cauda estreita que se estende por mais de 965.000 quilômetros e aponta em direção ao Sol, em vez de se afastar dele como um cometa típico.

As imagens foram obtidas por observadores do céu amadores que utilizam pequenos telescópios em seus quintais ao redor do mundo, incluindo Japão, Espanha e Chile.
O professor Loeb observou que uma foto nítida do objeto, tirada em 22 de novembro, que mostrava seu corpo verde brilhante e sua longa “anti-cauda”, foi feita por Mitsunori Tsumura usando um telescópio de quintal comum de 20 polegadas, utilizado por observadores de estrelas em todo o mundo.
Outro observador capturou uma imagem nítida do visitante interestelar sobre a Espanha naquela mesma noite, usando um telescópio de 12,4 polegadas, um tamanho muito popular entre os amadores em seus quintais.
Talvez a imagem mais nítida que o professor Loeb destacou tenha sido a de Paul Craggs, do Canadá, que conseguiu capturar uma imagem clara da forma atual do cometa enquanto ele passava sobre a América do Norte em 21 de novembro.
