Ashtar Sheran ou simplesmente Ashtar, em sânscrito; “O sol que mais brilha”. Talvez a figura mais ilustre e profunda da ufologia mundial. Para alguns um sublime ser de luz, para outros, apenas um mito.
Figura mais comumente descrita como sendo a representação de Sheran. |
Ashtar Sheran
Há muitas controvérsias quando se trata desta figura ilustre, para alguns um ser etéreo, ascensionado, para outros na verdade, se trata de um comando, e para muitos, apenas um mito da ufologia.
Ashtar Sheran costuma informar a seus interlocutores que seria o representante de civilizações extraplanetárias, comandante de uma suposta frota de espaçonaves confederadas, entidade que seria constituída por inúmeras formas de vida, provenientes de diferentes civilizações e com as mais variadas aparências e formas.
Também se apresenta dizendo estar a serviço de Sananda, que seria o Jesus Cristo. Na umbanda é visto como o Arcanjo Miguel.
Tais seres ou comando teriam decidido atuar no planeta Terra a partir do momento em que seus habitantes começaram a fazer testes com artefatos atômicos e termonucleares.
A origem
Acreditava-se que a primeira menção a esta entidade teria sido feita pelo “médium” alemão Herbert Victor Speer, em 1958, líder de um movimento em Berlim conhecido por “Space Brothers Movment”, através da obra psicografada “A Grande Missão Celeste de Ashtar Sheran”, aonde consta que “Ashtar Sheran” seria “Comandande-em-chefe da Frota Extraplanetária, da Confederação Intergaláctica da Grande Fraternidade Branca Universal”.
No entanto, pesquisas mais atentas mostram que menções a esta entidade foram feitas alguns anos antes pelo suposto “contatado” norte-americano George W. Van Tassel que era piloto de testes da Howard Hughes, Douglas Aircraft e inspetor de aeronaves da Lockheed-Martin, uma das maiores empresas de tecnologia aeroespacial do mundo.
George Van Tassel morava no sul da Califórnia e já aposentado, começou a fazer “canalizações” e a difundir o chamado contato psíquico com supostas entidades de origem alienígena.
George W. Van Tassel
George Van Tassel
George Washington Van Tassel (12 de março de 1910 – 9 de fevereiro de 1978) foi um alegado contatado, ufólogo e autor americano .Van Tassel nasceu em Jefferson, Ohio, em 1910, e cresceu em uma família bastante próspera de classe média.
Ele terminou o ensino médio e trabalhou em um pequeno aeroporto municipal perto de Cleveland; ele também adquiriu uma licença de piloto privado. Aos 20 anos, mudou-se para a Califórnia, onde a princípio trabalhou como mecânico de automóveis na garagem de um tio. Van Tassel foi um clássico contatado dos anos 1950 nos moldes de George Adamski, Truman Bethurum, Daniel Fry, Orfeo Angelucci e muitos outros.
A dissiminação Ashtar
O ano era 1952, quando George publicou seu primeiro livro intitulado “I Rode a Flying Saucer” (Eu Montei um Disco Voador). Neste livro, baseado praticamente nas “comunicações” psíquicas de George está escrito que o “Comandante Ashtar Sheran” anunciava sua presença e chegada “oficial” a Terra em 18 de Julho de 1952.
Segundo as descrições do “contatado”, “Ashtar Sheran” seria um extraterrestre de nível “etéreo”, supostamente da 12° dimensão, ou seja, de consistência puramente em forma de energia, devido a sua “escala vibratória superior”. Também é descrito que “Ashtar Sheran” teria aspecto andrógeno; com estatura entre 1,90 e 2,20 metros; cabelos longos e de cor loiro claro ou branco azulado; sua roupa seria formada por uma espécie de macacão com botas de aspecto dourado; no peito, ostentaria um símbolo formado por sete estrelas e na cintura, uma espécie de cinto com uma pedra ou objeto em alto-relevo a mostra.
Na verdade, as descrições atribuídas a este ser são várias, já que a sua forma aparentemente física variaria de acordo com a galáxia ou Planeta que ele estivesse atuando. Este ser também se apresenta dizendo estar a serviço de “Sananda”, que seria o Jesus Cristo que os católicos e cristãos falam, já que para os judeus, não existia um “Jesus Cristo”, somente uma pessoa conhecida por Ieshu ou Jesus; o termo “Cristo” é criação do polêmico apóstolo Paulo ou Saulo de Tarso.
Voltando a “Ashtar Sheran”, este ser também diz ser representante das civilizações extraplanetárias, sendo o “Comandante-em-chefe” da “frota de espaçonaves confederadas”, entidades esta que seria formada por inúmeras formas de vida de diferentes civilizações (daí a controvérsia de ser um comando e não um ser, como defende algumas vertentes espiritualistas) e com as mais variadas aparências e formas e que decidiu atuar a partir do momento em que habitantes do Planeta Terra começaram a fazer testes com artefatos atômicos e termo-nucleares.
Algumas das funções mítica deste ser seriam então, a de enviar mensagens aos habitantes do Planeta Terra, para que estes tomassem consciência de suas ações; orientar e ajudar durante os períodos de transição da Terra para uma “dimensão superior” e resgatar seres-humanos que estivessem “preparados” ou em perigo, para serem novamente recolocados na Terra, após um inevitável cataclismo que estaria se aproximando.
George acreditava que este ser procedia de Vênus (embora em algumas passagens e comunicações existe a menção de que “Ashtar Sheran” viria de um Planeta de nome Methária que orbitária o sistema trinário de Alfa do Centauro), aonde, esotericamente, existiria um tipo de forma de vida de natureza dimensional e distinta da humana.
Em 1954 George Van tassel, sob orientação das entidades que o contatavam promoveu um evento no deserto de Mojave, perto de Landers na Califórnia, num local denominado Giant Rock que reuniu milhares de simpatizantes, místicos, curiosos, “contatados”, agentes do FBI e fanáticos pelo tema. Em 1956, chegou a publicar outro livro, chamado “Into this World and Out Again”, aonde forneceu mais informações “canalizadas” sobre vários aspectos filosóficos do mundo.
Como a maioria dos “contatados” George Van Tassel também parece ter sofrido da chamada “Síndrome do Contatado” e passou a se dedicar à criação de movimentos “cósmicos” e ao desenvolvimento de aparelhos e instrumentos que teriam a finalidade de ampliar as capacidades mentais e adormecidas dos seres-humanos (esta, aliás, torna-se uma prática constante em pessoas que dizem manter contatos com extraterrestres, aonde estes induzem a construção de aparelhos estranhos que jamais funcionam ou que empregam conceitos teóricos distorcidos a respeito de um assunto).
Um destes aparelhos denominado “Integratron”, que segundo as palavras de George Tassel o descreve como: “The purpose of the Integratron is to recharge energy into living cell structure, to bring about longer life with youthful energy”. Infelizmente esta sua invenção jamais chegou a ser finalizada e George faleceu em 9 de Fevereiro de 1978. Mas, as investidas de “Ashtar Sheran” não terminaram por aí.
Existe muita similaridade entre os contatos de George Tassel e um outro famoso “contatado” chamado George Adamski, polonês que veio para os EUA em 1893 e que também dizia manter contatos com seres de Vênus e também de Marte e Saturno, sendo que algumas descrições de “Ashtar Sheran” ditas por George Tassel, se assemelham aos seres descritos por George Adamski. Curiosamente Adamski morava na Califórnia e teria começado a ter algumas experiências em 1946.
Após seu famoso contato de 1953, também no deserto da Califórnia, Adamski passou a divulgar uma filosofia messiânica e cósmica, baseada no que os seres lhe transmitiam, chegando a fundar uma organização denominada IGAP (International Get Acquinted Program) e um outro culto denominado “Royal Order of Tibet” e chegou a escrever 3 livros sobre suas aventuras: “Flying Saucers Have Landed” (1953), “Inside the Space Ships” (1955) e “Flying Saucers Farewell” (1961). Adamski faleceu em 26 de Fevereiro de 1965.
Outro “contatado” famoso também dos EUA fundou a chamada “Sociedade Aetherius” em 1955, baseado em informações transmitidas por supostos alienígenas, entre eles, novamente “Ashtar Sheran”. Coincidência ou não, o nome deste “contatado” era George King que faleceu em 1997. Aliás estas coincidências de George’s são um tema interessante, quem sabe para uma próxima oportunidade.
Vale observar que novamente, coincidência ou não foi logo após a produção do clássico filme “The Day the Earth Stood Still” (O Dia em que a Terra Parou), em 1951 que a era “moderna” do “contatismo”, aonde seres de aspecto humanóide e com mensagens de alerta para a humanidade, se iniciou de forma pública e evidente. Antes disso, um filme francês produzido em 1902 por George Mélies (outro George!) chamado “La Voyage dans la Lune” (A Viagem a Lua) deve ter sido o primeiro a falar de contatos entre seres-humanos e extraterrestres.
Outros canalizadores
Uma outra “contatada” famosa, foi a pessoa que na Terra recebeu a “autorização” da própria entidade “Ashtar Sheran”, para ser sua biógrafa oficial. Me refiro a Thelma Terrel (falecida em 1993), conhecida nos meios esotéricos e místicos pelo codinome “Tuella” que dizia ter pertencido a frota de espaçonaves do “Comandante Ashtar” numa existência passada.
Como muitos outros “contatados”, Thelma Terrel se auto-intitulava uma pessoa de origem extraterrestre, acreditando ser uma “entrante” ou “walk-in” .Um dos livros de Tuella, chamado “Ashtar – Brotherhood of Light” , totalmente canalizado, descreve que “Ashtar Sheran” é comandante de uma colossal astronave que está próxima a atmosfera da Terra e que na história da Terra, ele seria conhecido como sendo o “Arcanjo Michael ou Miguel” citado nos livros bíblicos e a serviço do “Governo do Grande Sol Central desta Galáxia”.
É importante destacar que toda comunicação mental está sujeita a inúmeras interferências, advindas de paradigmas, formação moral e cultural da pessoa que diz estar recebendo a mensagem. Sendo assim, é possível que os nomes dos supostos extraterrestres possam estar sendo interpretados de forma errada e contato após contato, a confusão se perpetua.
Segundo alguns seguidores, o melhor “canal” da entidade “Ashtar Sheran” teria sido o também alemão Hermann Ilg de Reutlingen, Alemanha, que faleceu em 1999 com 80 anos. Este “contatado” acreditava estar em contato com os chamados “Santinians”, de onde “Ashtar Sheran” seria originário e que teriam dito que habitavam o terceiro Planeta a orbitar a estrela Alfa Centauro A (chamado Methária). Segundo o próprio “Ashtar Sheran”, este Planeta teria um clima equilibrado e uma fauna/flora mais diversa do que a da Terra.
Os habitantes deste Planeta passariam a maior parte de suas vidas no espaço, como pesquisadores. A função deles seria algo parecido com a missão protagonizada pelos tripulantes da espaçonave “Enterprise” da série “Jornada nas Estrelas”: buscar, reconhecer e estudar outras formas de vida. Esta civilização teria o desejo de ajudar a civilização da Terra, sempre respeitando o nosso “livre-arbítrio”, e jamais nos forçando a algo, como, segundo estes seres, fazem as entidades extraterrestres de Órion, conhecidos na Terra como “Grays” ou “Greys”. A entidade “Ashtar Sheran” também teria contatado o alemão Ethel P. Hill e o suíço Karl Schönenberger.
Neste ponto é bom observar que grande parte dos “contatados” aqui citados e seus seguidores sempre deixaram claro que nada tem a ver com uma organização conhecida por “Ashtar Command” ou “Comando Ashtar” e a personificação que estas fazem da entidade “Ashtar Sheran”.
Esta organização teria sido iniciada por um homem chamado Robert Short (ou também conhecido por Bill Rose) que era o editor de uma revista veiculada nos anos 50 chamada “Interplanetary News”. Robert Short era amigo de George W. Van Tassel e insistia a este que as comunicações de “Ashtar Sheran” deveriam se tornar populares e comerciais, para que Tassel e ele ficassem “famosos” e não para trazer alguma verdade ao público, ou seja, o foco deveria ser lucro para eles.
Como George Van Tassel, parecia não concordar com estes termos, criou o seu próprio “Ashtar Sheran”, através da organização “Ashtar Command”, o que, segundo as pessoas incumbidas de preservar o trabalho de George Van Tassel acabou por criar uma aura de misticismo e fanatismo em torno da figura de uma entidade clonada de “Ashtar Sheran”, transformando-o num “filósofo metafísico” aonde alguns poucos “escolhidos” aqui na Terra fariam parte de uma “elite espiritual”. Mais uma vez a vaidade humana entra em cena.
Ashtar no Brasil
No Brasil, existem várias entidades e pessoas que dizem manter contato com a entidade “Ashtar Sheran” e são orientadas a seguir seus ensinamentos. O mais conhecido e talvez mais antigo seria o CEEAS – Centro de Estudos Exobiológicos Ashtar Sheran, localizado em Salvador, Bahia e com filiais em Brasília, São Paulo, Curitiba e Natal. Foi fundado por Paulo Fernandes, em 1973, que teria mantido “contatos” físicos e telepáticos com “Ashtar Sheran” desde 1969 e teria sido o próprio “Ashtar Sheran” que teria pedido para que Paulo Fernandes fundasse a entidade com o objetivo de estudar e divulgar a presença de extraterrestres na Terra e suas supostas mensagens.
Hoje a entidade é coordenada por Ana Santos e Marco Vinicius Almeida e segundo este a entidade não é nenhuma forma de seita ou religião e também não gosta de ser vinculada a chamada “ufologia mística”, que cultua “Ashtar Sheran” como um novo messias, mas acredita na versão que até o próprio Jesus Cristo seria membro da equipe do “comandante” extraterrestre. Nestes termos, Jesus Cristo ou “Lord Sananda” seria o representante da Terra na “confederação intergaláctica”.
Outro “contatado” brasileiro que garante manter contato com “Ashtar Sheran” é o professor Lúcio Valério Barbosa que reside no Mato Grosso do Sul, aonde realiza trabalhos na Colônia Boa Sorte. Lúcio diz que esta entidade se apresenta como sendo “comandante de uma frota de naves estelares em missão na Terra”. A história é a mesma: poderes paranormais; ajuda humanitária, etc, tudo “doado” pela entidade. Como curiosidade, no Chile, vive um “contatado” que diz ser filho de “Ashtar Sheran”, seu nome é Aaron Sheran!
Outras referências
Mas a verdade é que as referências ao nome Ashtar podem estar relacionadas as descrições feitas pelo auto-proclamado médium e dentista norte-americano, que vivia em Nova Iorque, chamado John Ballou Newbrough que teria psicografado ou “canalizado” a obra “Oahspe”, no ano de 1882. Nesta obra John Ballou, que alegava que as “sagradas escrituras” foram reveladas a ele por “entidades angelicais”, faz referência a estes seres espirituais que viajariam em naves “etéreas” e que teriam a missão de proteger mundos menos desenvolvidos.
O nome destes seres seriam “Ashar” e o plural seria “Ashars”. As descrições destes seres os mostram como altos, corpo atlético e de morfologia humanóide, aparência nórdica, cabelos loiros ou alvos e olhos azuis. Possuem um olhar penetrante e desafiador, sendo que estariam interessados em pesquisar e compreender as formas de vida existentes no Universo e assim compreender a sua própria existência. Seriam na verdade como uma espécie de “antro-arqueo-psico-exo” cientistas!
Outra menção interessante é que existem referências nesta obra a um místico local chamado de “Sham” que é muito coincidente com o nome que “Ashtar Sheran” designa para a Terra: o Planeta Shan. Anos mais tarde, John Ballou fundou uma religião própria, chamada de “Faitismo” (Faithism) a qual, até os dias de hoje, ainda possue um pequeno número de seguidores. O “Faitismo” e a obra “Oahspe” não são conhecidas do público em geral, pois não são feitas propagandas em torno do assunto, permanecendo mais numa condição sectária. A própria obra “Oahspe” é volumosa, pois contêm mais de 900 páginas e centenas de ilustrações bizarras e de difícil compreensão.
Outras referências interessantes sobre “Ashtar Sheran”, estão nos trabalhos do peruano Dr. Victor Yañez Aguirre, médico e parapsicólogo do Hospital da Polícia do Peru, tendo sido ainda presidente da Associação Peruana de Parapsicologia e presidente da Sociedade Teosófica. Uma de suas pesquisas é relativa à experiência vivida pelo “contatado” Eugênio Siragusa (mestre do famoso estigmatizado e que se diz “contatado”, Giorgio Bongiovanni) na Itália.
Os “contatos” de Eugênio Siragusa ocorreram a partir de 30 de Abril de 1962 aonde ele alegava ter mantido contato com várias entidades de origem extraterrestre, entre elas “Ashtar Sheran” nos arredores do vulcão Etna localizado na Sicília. Mais adiante veio a contatar, de forma casual, um ser chamado “Adoniesis” que também se comunicava de forma telepática e, de acordo com as descrições do “contatado”, não pertencia à nossa dimensão.
As descrições de Eugênio para “Ashtar Sheran” é a de um ser de aspecto atlético perfeito, vestindo uma espécie de macacão de cor cinza prateado, com braceletes luminosos nos pulsos e tornozelos. Ainda segundo Eugênio, o ser “Ashtar Sheran”, acompanhado de seu “primeiro tenente”, o ser “Ithacar” teria dito que era o “Comandante dos Povos Confederados” em missão sobre a Terra.
Disse que tinha uma importante mensagem para os cientistas e chefes de estados: que deveriam cessar com todos os experimentos nucleares na atmosfera e no subsolo e convidava a humanidade do Planeta Terra a viver em paz, justiça e fraternidade.
O caso da interrupção da transmissão de TV pela frota de Ashtar Sheran
“A Frota Galáctica está em posição. Sua imensa quantidade de naves está à espera. Seu comandante, alto, com garbo e elegância, está posicionado na ponte, com as mãos para trás, os ombros retos e um olhar fixo, olhando para o horizonte de um pequeno mundo à sua frente, milhões de quilômetros adiante de sua nave, cujos sensores veem tudo o que o pequeno mundo possui, embora o pequeno mundo sequer imagine a sua presença.”
“O comandante vem de uma raça avançada, tecnológica, intelectual e socialmente. Ele sabe que era preciso voltar àquele planeta para fazê-los entender a necessidade de largar a sua selvageria e ascender espiritualmente. Assim, ele faz um sinal e uma mensagem foi enviada. Era o dia 26 de novembro de 1977, e o mundo não seria mais o mesmo.”
Andrew Gardner estava apresentando um resumo de notícias quando, às 17:10 Hora Local, a imagem da TV oscilou ligeiramente, seguida por um zumbido profundo. O áudio foi substituído por uma voz distorcida entregando uma mensagem por quase seis minutos. Por detrás estava a voz de Vrillon.
“Esta é a voz de Vrillon, representante do Comando Galáctico Ashtar, falando com vocês. Por muitos anos, vocês nos viram como luzes no céu. Nós falamos com vocês agora em paz e sabedoria como temos feito com seus irmãos e irmãs em todo este planeta Terra. Viemos avisá-lo do destino de sua raça e de seu mundo, para que possam comunicar aos seus semelhantes o curso que deve seguir para evitar o desastre que ameaça seu mundo e os seres em nossos mundos ao seu redor.
Isso é para que vocês possam participar do grande despertar, à medida que o planeta passa para a Nova Era de Aquário. A Nova Era pode ser uma época de grande paz e evolução para sua raça, mas apenas se seus governantes forem informados das forças do mal que podem ofuscar seus julgamentos. Fiquem quietos agora e ouçam, pois sua chance pode não voltar. Todas as suas armas do mal devem ser removidas. O tempo para o conflito já passou e a raça da qual vocês fazem parte pode prosseguir para os estágios superiores de sua evolução, se vocês se mostrarem dignos de fazer isso. Vocês têm pouco tempo para aprender a viver juntos em paz e boa vontade. Pequenos grupos em todo o planeta estão aprendendo isso e existem para transmitir a luz do amanhecer da Nova Era para todos vocês. Vocês são livres para aceitar ou rejeitar seus ensinamentos, mas apenas aqueles que aprenderem a viver em paz passarão para os reinos mais elevados da evolução espiritual.
Ouçam agora a voz de Vrillon, um representante do Comando Galáctico Ashtar, falando com vocês. Estejam cientes também de que existem muitos falsos profetas e guias atualmente operando em seu mundo. Eles sugarão sua energia – a energia que vocês chamam de dinheiro – e a colocarão em fins malignos e dar-lhe-ão impurezas inúteis em troca. Seus “eus” divinos interiores irão protegê-los disso. Vocês devem aprender a ser sensível à voz interior que pode lhes dizer o que é verdade e o que é confusão, caos e mentira. Aprendam a ouvir a voz da verdade que está dentro de vocês e vocês se conduzirão ao caminho da evolução. Esta é a nossa mensagem para nossos queridos amigos. Nós os observamos crescer por muitos anos, assim como vocês também observaram nossas luzes em seus céus.
Vocês sabem agora que estamos aqui e que há mais seres na Terra e ao redor dela do que seus cientistas admitem. Estamos profundamente preocupados com vocês e seu caminho em direção à luz e faremos tudo o que pudermos para ajudá-los. Não tenham medo, busquem apenas conhecer a si mesmos e viver em harmonia com os costumes de seu planeta Terra. Nós aqui do Comando Galáctico Ashtar agradecemos sua atenção. Agora estamos deixando os planos de sua existência. Que vocês sejam abençoados pelo amor supremo e verdade do cosmos.”
O fluxo visual foi apenas ligeiramente distorcido durante a transmissão. Andrew Gardner manteve um silêncio ensurdecedor sobre o incidente, como se nada tivesse acontecido. No entanto, milhares de pessoas no sul da Inglaterra receberam a estranha comunicação e presumiram que se tratava de uma brincadeira.
A rede de televisão expressou seu pesar aos telespectadores pelo inconveniente e rejeitou abertamente o incidente como uma falsificação. Todos os canais de mídia britânicos cobriram rapidamente o incidente e depois chamaram a atenção da mídia estrangeira.
A corporação ITV, cuja transmissão foi interrompida por esta mensagem, procurou o autor do incidente, um provável brincalhão ou um técnico brilhante que conseguiu hackear seu sistema por muito tempo e com muito cuidado. Infelizmente, eles não conseguiram identificar o autor do crime.
Eles descobriram que o sinal foi encaminhado para a antena do transmissor Hannington em Connington Hill, que estava transmitindo em Berkshire e North Hampshire. A fonte do sinal também era relativamente modesta e foi colocada perto da antena.
Vários especialistas em fenômenos anômalos e ufólogos investigaram esse episódio. John Reppion, um colecionador de estranhas histórias e folclore britânicos, é particularmente conhecido.
Reppion afirmou que a pessoa que enviou a estranha mensagem preparou meticulosamente seu caso e o transmitiu de propósito durante o noticiário da tarde para que o maior número possível de pessoas pudesse ouvi-lo.
A influência Sheran
O fato é que ainda sobre “Ashtar Sheran”, muitas pessoas públicas, famosas e do meio artístico (inclusive muitas de nacionalidade brasileira) “como Jorge Vercilo e Elba Ramalho” estão envolvidas em “ufo-cultos” e outros movimentos de estilo messiânico e escapista. Existem basicamente duas vertentes de informações sobre a situação do Planeta, do ser-humano e do provável futuro que nos aguarda e ambas estas vertentes são atribuídas a “Ashtar Sheran”.
Este é o ponto que considero crucial para separar o prestável do imprestável. As informações vindas das duas faces de “Ashtar Sheran” são tão antagônicas e contraditórias que resulta difícil acreditar que venham da mesma fonte.
Uma das faces desta entidade se apresenta como “comandante” de uma frota de milhares de naves e distribui promessas de evacuação e resgate de pessoas aqui da Terra quando a mesma estiver na eminência de uma destruição total. Um dos projetos criados por fanáticos desta face de “Ashtar Sheran” seria o chamado “Project World Evacuation”, do qual muitos artistas famosos, como Nina Hagen, fizeram parte e que retiraria da Terra, alguns poucos “escolhidos” para que escapassem da destruição e voltassem quando a situação estive normalizada, como se retirar o problema, fosse a solução.
Foram também divulgados vários “mandamentos” do referido ser por diversas comunidades e agrupamentos esotéricos bem como foram realizadas várias “previsões” por porta-vozes de “Ashtar Sheran” que, claro, nunca ocorreram.
Talvez uma contribuição negativa que agravou ainda mais o problema tenha vindo de uma boa intenção de um brasileiro, o falecido radialista e repórter da Rede Bandeirantes de Rádio e TV de São Paulo, Alexandre Kadunc.
Sempre interessado pelos assuntos metafísicos e pelo fenômeno OVNI e ainda preocupado com a situação ecológica do Planeta, Alexandre utilizou a imagem de “Ashtar Sheran” que já estava conhecida como uma espécie de protetor do Planeta e nos anos 80 começou a divulgar a famosa “Mensagem de Ashtar Sheran” como forma de chamar a atenção das pessoas para os problemas sociais e políticos do mundo. Foi assim que muitas pessoas passaram a captar e a gravar a tal mensagem em seus aparelhos caseiros de gravação.
Com o tempo, a situação começou a ficar conhecida e cada vez mais pessoas apareciam com as mensagens gravadas, obtidas nas mais diversas situações. Algumas diziam estar gravando uma música de um disco e a mensagem aparecia quando se ouvia a gravação; outras diziam que a mensagem aparecia gravada mesmo com o aparelho desligado da tomada; outras ainda diziam ter recebido instruções do próprio “Ashtar Sheran” para fazer a gravação; e muitas diziam que um amigo de um amigo de outro amigo tinha feito uma gravação de algo.
Analisando várias destas gravações e a quantidade de versões, acréscimos e cortes em comparação com a mensagem original, são gritantes. Muitas versões mostram até os nomes das pessoas que haviam feito a gravação como as representantes oficiais de “Ashtar Sheran”; outras ainda colocam atributos de super-herói a suposta entidade e outros colocavam que a “salvação” estava em ouvir suas idéias pessoais.
Ocorre também que muitas pessoas munidas de estações de rádio amadoras (rádios piratas, faixa do cidadão – PX, etc), conseguiam gerar interferências e ter potência suficiente para sobrepujar o sinal de rádios e assim, conseguir transmitir várias versões da tal mensagem e, quanto mais perto destas estações irregulares, mais nítido e forte era o sinal captado. Quantas pessoas conseguiram fazer estas transmissões; quantas versões existem desta mensagem e quantas pessoas se sentiram especiais, nunca iremos saber.
Por fim
As perspectivas em relação a “Ashtar Sheran” se resumem a dois aspectos fundamentais em uma tentativa de alcançar uma compreensão potencial da situação em curso:
– Em relação à necessidade de evidências sobre a existência ou não da alegada entidade, tais evidências não seriam obtidas através dos métodos convencionais familiares à pesquisa acadêmica. A ciência concentra-se na observação de fenômenos naturais que mudam aleatoriamente, seguida por sua descrição subsequente, alcançada por meio da reprodução ou compreensão de seus componentes integrantes. Supor, mesmo que por um momento, que alguns UFOs sejam “pilotados” por seres “extraterrestres” ou entidades inteligentes imediatamente implica que o fenômeno transcende o domínio da ciência tradicional.
Ele não se conforma a regras específicas ou aleatórias, pois está sendo operado e controlado por alguém. Esse “detalhe menor” já invalida a elaborada gama de metodologias científicas vigentes. Estudar um pássaro ou sapo em seu habitat é direto; capturá-los e dissecá-los em um laboratório é simples, levando a uma compreensão de seu funcionamento. No entanto, esses mesmos procedimentos não podem ser aplicados a algo que não segue instintos naturais, algo que é controlado e manipulado. Este é o ponto crucial onde enfatizo a necessidade de progredir na compreensão dos UFOs e nas prováveis manifestações de “Ashtar Sheran” dentro de nossa realidade tridimensional.
Documentar casos, conduzir pesquisas, realizar vigílias e tirar conclusões dessas observações é de fato admirável, mas é crucial não negligenciar a possibilidade de que “do outro lado” do fenômeno possa existir algo ou alguém muito mais inteligente do que nós, possivelmente “brincando” com o que somos capazes de processar e compreender.
Para ufólogos, qual é a fonte mais significativa de informações sobre o Fenômeno UFO? Não provém dos próprios UFOs, bem como de testemunhas e indivíduos que experimentaram “contatos” e “abduções”. Assim, quem pode garantir que as informações adquiridas, seja por meio de meios conscientes ou por meio de hipnose regressiva, sejam confiáveis e não implantadas por mãos habilidosas e místicas?
No entanto, uma possível conclusão é a de que se “Ashtar Sheran” foi uma invenção ingênua, os rumos que tomaram são preocupantes. Se foi algo intencional, foi muito bem bolado e planejado, pois tornou-se um excelente sistema manipulador de mentes.
Se foi ou é obra de “inteligências extraterrestres” é um assunto delicado e sua pesquisa está alêm do estudo multidisciplinar, entrando no transdiciplinar; atratores estranhos; bio e nanotecnologia; mecânica quântica; teorias relativísticas; psicologia; parapsicologia; teoria dos jogos entre outras e todas utilizadas em conjunto e não separadas como no processo multidisciplinar e o tratamento das informações e conclusões deve ser feito de forma mais imparcial e impessoal possível.
E, sempre tendo em mente que provar que “Ashtar Sheran” realmente existe, não prova que este ser seria um extraterrestre propriamente dito, em si. Assim como provar que um OVNI existe não prova que seja manipulado por uma inteligência extraterreste.
Uma coisa é certa o assunto “Ashtar Sheran” não é apenas cultuado por pessoas “simples” ou “do povo”. Artistas de renome, internacional até, estão envolvidos nisso.
Todos, sem exceção são pessoas altamente manipuláveis e propensas a comandos autoritários anônimos, como bem definiu Erich Fromm em seu livro “Medo a Liberdade” e brilhantemente Theodor Adorno, em “The Authoritarian Personality”.
A classificação se encaixa muito bem em vários aspectos da questão ufológica, na criação de grupos e seitas e no padrão seguido por muitos “contatados”, principalmente aqueles que se dizem serem contatados diretos e inclusive também, extraterrestres em missão na Terra.
No mais, não há nada além de ‘crer’ no caso Sheran, o que o torna mais uma crença do que de fato algo palpável.
Fontes e referências: