Silent Ventus. Um drone de propulsão iônica projetado pela Undefined Technologies. |
Desde que o Departamento de Defesa dos Estados Unidos reconheceu a autenticidade dos vídeos divulgados que mostram avistamentos de objetos voadores não identificados (OVNIs), os aficionados por fenômenos aéreos inexplicáveis têm buscado ampliar seus conhecimentos acerca de um dos avistamentos mais frequentes: o famigerado OVNI em formato de Tic-Tac.
Recentemente, um artigo veiculado pelo Daily Mail em 19 de agosto levantou a possibilidade de que uma nova aeronave não tripulada movida por propulsão iônica, com formato semelhante a um Tic-Tac, desenvolvida pela Undefined Technologies, poderia estar na origem desses avistamentos. No entanto, existem fundamentos incontestáveis que refutam essa suposição.
Segundo noticiado pelo Daily Mail, a aeronave não tripulada denominada Silent Ventus, concebida pela Undefined Technologies na região da Flórida, entrou em destaque. O referido drone utiliza um sistema de propulsão iônica para a sua locomoção, possibilitando uma movimentação praticamente silenciosa, sem a presença visível de asas ou hélices.
Conforme divulgado pela companhia, o propulsor possui uma estrutura de eletrodos composta por no mínimo duas camadas. Ambas são submetidas a voltagens elevadas e contrárias, visando impulsionar o ar ionizado para baixo e gerar propulsão. Dessa forma, os veículos aéreos não tripulados podem ser empregados em diversas situações, abrangendo desde serviços de transporte empresarial até atividades civis e militares.
A companhia declara a sua expectativa de alcançar em breve um tempo de voo de 15 minutos, com níveis de ruído inferiores a 70 decibéis.
No entanto, em setembro de 2022, a empresa Undefined Technologies anunciou que seu drone havia conseguido realizar um voo com duração de 4 minutos e 30 segundos.
Entretanto, tal resultado não está em consonância com os incidentes envolvendo objetos em formato de Tic-Tac, ao meu ver, incluindo o renomado vídeo do OVNI Tic-Tac capturado pelo Comandante David Fravor em 2004.
Mesmo após um período próximo de vinte anos desde o avistamento de Fravor, a Undefined Technologies ainda não se aproximou das capacidades tecnológicas presenciadas por ele. De fato, o drone em questão talvez acabe fornecendo mais uma evidência que contrapõe a possibilidade de que os avistamentos sejam atribuíveis a drones convencionais.
Captura do vídeo do OVNI Tic-Tac comprovado pelo pentágono. |
Fravor relatou que o encontro que experimentou teve lugar durante seu comando dos “Black Aces Mundialmente Famosos” na Força Aérea.
“Detectamos um pequeno artefato de coloração clara, assemelhando-se a um Tic Tac, com o eixo longitudinal alinhado no sentido Norte/Sul e efetuando movimentações extremamente bruscas sobre a superfície do corpo hídrico”, comunicou ele na sua declaração inicial à Assembleia. “Na configuração visual, não foram observadas pás rotativas, nem tampouco sinais de turbulência ou quaisquer partes superficiais visíveis de controle aerodinâmico, tais como asas.”
Acrescentou ainda: “O mencionado objeto no formato de um Tic Tac percorreu uma distância de 60 milhas em um lapso de tempo notavelmente breve (inferior a um minuto). Sua performance superou amplamente a do meu ultramoderno F/A-18F, e suas operações não se alinharam com quaisquer dos princípios aerodinâmicos conhecidos que associamos a objetos que navegam pela nossa atmosfera”.
Fravor também testemunhou que o drone foi capaz de bloquear o radar de sua aeronave, o que o Silent Ventus também não poderia fazer.
Drones, muito provavelmente, não constituem a origem dos avistamentos anômalos
Dois especialistas aventaram a possibilidade junto ao Daily Mail de que a tecnologia associada a drones poderia estar por trás dos registros de objetos em formato de Tic-Tac. Um especialista manifestou que alguns drones “também podem executar mudanças de trajetória velozes e sustentar um voo estacionário, o que poderia criar a impressão de terem sistemas de propulsão altamente desenvolvidos”. Ademais, observou que alguns drones possuem a habilidade de desdobrar asas ou hélices enquanto em pleno voo, aparentemente alterando a sua morfologia.
Entretanto, nenhuma destas suposições de fato se congruem com o que até o presente momento temos visto.
Conforme mencionado previamente, o avistamento testemunhado pelo Comandante Fravor, quase duas décadas atrás, apresentava um grau de avanço muito superior ao alcance das tecnologias de ponta em drones nos dias atuais.
Há também outras situações de avistamentos em jogo, como um objeto voador não identificado de coloração vermelha com formato quadrangular, bem como um OVNI que foi descrito como um “cubo dentro de uma esfera”. É de nota que os congressistas foram impedidos de acessar os pilotos dispostos a compartilhar seus relatos de avistamentos. Além disso, recentemente, o senador Chuck Schumer apresentou uma legislação abrangente de transparência relacionada a fenômenos aéreos não identificados (UAP), sugerindo implicitamente que o governo possui conhecimentos retidos sobre o assunto. Você pode consultar o texto completo da referida proposta legislativa aqui.
No entanto, existem mais motivos para suspeitar que não se trata apenas de drones
O informante de fenômenos aéreos não identificados (UAP) David Grusch recentemente afirmou que os Estados Unidos mantinham um programa sigiloso destinado à recuperação e à engenharia reversa de UAP, e que as autoridades procuraram ocultá-lo da equipe de trabalho da Associação para a Investigação de Relatórios de Avistamentos de OVNIs (AARO).
O senador Marco Rubio reconheceu que indivíduos que tiveram experiências diretas corroboraram as apreensões de Grusch, porém nutrem receio de sofrer consequências caso revelem seus relatos publicamente.
Efetivamente, mesmo quando ocorreu o incidente de derrubada de três objetos categorizados como “OVNIs” em fevereiro, os pilotos responsáveis pelo abate do primeiro objeto no Alasca relataram que este teve um impacto nos sensores dos seus aviões.
Inclusive a Associação para a Investigação de Relatórios de Avistamentos de OVNIs (AARO), que tem sido objeto de críticas recentes, reconheceu que algumas observações singulares não podem ser interpretadas como sendo drones. Num comunicado divulgado pelo Departamento de Defesa em abril de 2023, o diretor da AARO, Sean Kirkpatrick, mencionou que, ainda que representassem uma parcela reduzida, havia ocorrências de UAP que exibiam “assinaturas que podem ser descritas de maneira razoável como ‘anômalas'”, sendo que estas não podem ser explicadas sob a ótica de “balões, sistemas aéreos não tripulados, interferência, fenômenos naturais ou outras origens prontamente explicáveis”.
A declaração emitida pela AARO igualmente observou que até o momento não se dispõe de “evidências confiáveis de atividade extraterrestre”. Entretanto, a AARO tem enfrentado críticas contundentes recentemente. Segundo o relato do Politico, mais de um ano após o início das atividades da AARO, ainda não se estabeleceu um meio para que pilotos possam entrar em contato com eles acerca de avistamentos, o que suscita questões de grande relevância.
John Ratcliffe, o ex-Diretor de Inteligência Nacional, admitiu que os Estados Unidos têm mantido oculto o que sabem sobre OVNIs.
É bastante evidente que muitos destes registros de objetos com formato de Tic-Tac transcendem de maneira significativa a mera concepção de tecnologia avançada aplicada a drones.
Fonte: Postapocalypticmedia