Crédito da imagem ilustrativa: Ovniologia/Bing/DALL-E |
Dentro da casuística envolvendo encontros com tripulantes de UFOs, há um elemento bastante perturbador para a testemunha: a tentativa de comunicação por parte dos humanóides, valendo-se de diferentes métodos, sejam verbais, gesticulados ou de outra natureza, como telepática. Se este fator já é complicador, o quadro fica ainda mais complexo quando se acrescentam a ele aspectos inusitados. É quando o alien transmite com clareza à testemunha alguma mensagem ou informação, como “somos de Marte”, “quero água”, “voltaremos a procurá-lo”, “estamos efetuando uma missão na Terra”, e assim por diante. Pode parecer ficção, mas há um longo e desconcertante rosário de proposições, conselhos, mensagens contraditórias, pedidos e avisos que os seres dão aos seus interlocutores.
Em certas ocasiões, há profundas mensagens nas quais exortam a humanidade a buscar o caminho da paz, da luz e a se precaver quanto ao perigo de uma guerra nuclear. Quase sempre são discussões filosóficas, mas há, ainda, advertências relativas às atividades humanas que os seres extraterrestres consideram inaceitáveis.
Para ilustrar esta situação, podemos citar o Caso Palhano, investigado pelo também co-editor da Revista UFO Reginaldo de Athayde à equipe do Centro de Pesquisas Ufológicas (CPU), de Fortaleza (CE). O acontecimento envolveu o policial militar Luiz de Oliveira e seu amigo Pedro da Silva, técnico em eletrônica. Em 05 de março de 1992, em Palhano, a 140 km de Fortaleza (CE), os protagonistas tinham saído da cidade para caçar paturis – uma espécie de pato selvagem muito apreciado naquela localidade. Por volta das 18h00, ambos se encontravam de tocaia à beira do Rio Palhano, observando o céu. Subitamente, um UFO se aproximou e Silva correu para o rio, jogando-se na água, para depois se esconder nos arbustos. Já Oliveira correu em direção à cidade e foi perseguido pelo objeto, que o atingiu com uma luz que o puxou para seu interior.
Dentro do objeto, um dos humanóides passou uma mensagem desconcertante ao abduzido: “Não tenha medo, não vamos lhe fazer mal algum. Somos de Catandorius Decnius. Nossa civilização é descendente de outra mais evoluída, que habitou a Terra há 353 mil anos.” E advertiu sobre uma atividade que os terrestres estariam fazendo, que eles repudiam: “Por que o terrestre vem tentando penetrar em nosso planeta? Os seres de Catandorius não vão permitir que isso aconteça. Nós temos um templo montado aqui na Terra há milhares de anos.” Nesse momento, o estranho alienígena apontou para uma pirâmide pequena, dizendo que aquele era o modelo de seu templo. O caso é exótico, é verdade, mas a idoneidade das testemunhas foi amplamente checada e até o oficial superior de Luiz de Oliveira confirmou sua honestidade.
O comportamento do fenômeno é sempre estranho, e forçosamente repetido até a exaustão em toda a história contemporânea do Fenômeno UFO. E o fim é quase sempre o mesmo. Na maioria das vezes, depois de terem assombrado o pobre humano ali presente com um suposto diálogo, seja por telepatia, alguma linguagem inteligível ou em nosso próprio idioma, tranquilamente os ETs voltam para alguma nave luminosa e desaparecem no céu, deixando os terrestres deslumbrados ante tal experiência. Em alguns casos, também deixam uma mensagem infantil ou imprópria para as testemunhas. Ainda assim, com relação aos principais tipos de comunicação registrados na casuística mundial, podemos classificá-los em cinco categorias distintas.
Diálogos No Idioma Da Testemunha
Um exemplo de comunicação no idioma do contatado é o Caso Baependi. |
Estes são casos em que houve uma comunicação plena, oral e em nosso idioma entre ETs e seres humanos. A implicação desse tipo de comunicação é que se pressupõe que os humanóides são bastante similares a nós, pelo menos em parte de sua anatomia biológica. Para falar, o tripulante teria que ter uma língua semelhante, cordas vocais, dentes, certas cavidades em seu aparelho respiratório, das cordas vocais à boca, e produzir sinais vocálicos dentro da frequência auditiva do humano. E há vários exemplos desses casos.
Outra questão a se analisar é se os seres poderiam estar utilizando alguma tecnologia de tradução simultânea, embutida no cérebro ou algo assim. Também poderiam ter estudado o idioma em questão. O que soa menos plausível, já que no Caso Baependi, os seres vieram ao acaso, em busca de um objeto que tinham perdido.
No dia 16 de maio de 1979, na cidade de Baependi (MG), o agricultor Arlindo Gabriel dos Santos saiu com uns amigos para caçar. Quando se encontravam a cerca de 6 km de distância da sede de sua fazenda, decidiram se separar. Sozinho, Santos viu três objetos voadores estranhos pousarem e sumirem inexplicavelmente. Logo em seguida, um quarto objeto – bem maior que os primeiros e de formato ovoide – pousou à sua frente. Uma porta se abriu, dois seres o capturaram e levaram-no para o interior da nave. Os ETs eram bem parecidos conosco. Dentro do UFO, Santos foi abordado por uma moça loira e de rosto rosado.
Segundo descreveu, essa criatura aparentemente fêmea começou a explicar detalhes de sua civilização, a forma como eles conseguiam vencer as distâncias astronômicas e outras várias informações que, infelizmente, o pesquisador Ubirajara Rodrigues não conseguiu resgatar nos depoimentos de Santos, devido à sua limitação cultural. Ele não entendeu nada do que se passou e não se interessou em perguntar para a criatura o que não conseguia compreender. Em seguida, foi levado para fora da nave e os seres ainda lhe avisaram: “proteja a vista, que o aparelho a condena”. O interessante é que Santos não conseguiu olhar para trás, pois ele se sentia preso por algo.
Diálogo Em Idioma Desconhecido
Um exemplo de comunicação em um idioma desconhecido é o Caso Bebedouro. |
Estes são casos em que houve uma comunicação ininteligível, oral e em idioma desconhecido. A princípio, podemos pensar que a implicação dessa categoria é a mesma da anterior. No entanto, sendo um idioma desconhecido e ininteligível, não sabemos quais as qualidades e características dos fonemas que são usados e, assim, se os sons produzidos requeriam que tais seres tivessem uma similaridade anatômica conosco, como foi discutido no caso anterior. Mas também nessa categoria de contato temos muitos casos interessantes.
Um deles aconteceu em 27 de abril de 1998, por volta das 20h00, na Fazenda Olho d’Água, cerca de 7 km do município de Aurora (CE). O casal de agricultores Ursulina e Francisco Ferreira dos Santos, residente na propriedade, acordou com um barulho que parecia ser de alguém tentando forçar o cercado, situado na parte de trás da casa. Imediatamente, Ferreira tratou de sair para ver o que estava acontecendo, enquanto Ursulina ficou ao pé da cama rezando. De repente, a mulher ouviu um som que parecia ser de rádio quando está fora de sintonia e, logo em seguida, uma luz extremamente intensa e de cor azulada invadiu o quarto.
Chocada, olhou em direção à porta e lá estava uma criatura desconhecida. O ser tinha cerca de 1,5 m de altura, cabeça enorme e desproporcional ao resto do corpo, ombros largos, cintura fina, olhos grandes e negros. Sua boca era bem pequena e sem lábios. Tinha também reduzidas marcas escuras que pareciam ser o nariz. Seu queixo era pequeno e nenhum tipo de cabelo ou pêlo foi observado.
Segundo o ufólogo Athayde, já citado, Ursulina descreveu que a criatura estava vestida com uma espécie de macacão de cor marrom, cinto e botas. Mas o que mais lhe chamou a atenção era seu olhar: muito direto e penetrante. Apesar do estado de terror, a agricultora conseguiu perguntar para a criatura quem era e o que desejava. Inusitadamente, teve como resposta um som ininteligível, algo num idioma desconhecido. Não aguentando a situação, Ursulina gritou para o marido socorrê-la, mas o ser já havia desaparecido.
Comunicação Por Grunhidos
Um exemplo de caso de comunicação por grunhidos foi o ocorrido com o vigilante Daildo de Oliveira. |
Há casos em que se estabelece uma comunicação incompreensível, oral ou com sons estranhos associáveis a grunhidos. Eles sequer parecem ser um idioma propriamente dito. A implicação dessas ocorrências é idêntica à da categoria anterior. Um exemplo interessante é o ocorrido na madrugada do dia 23 de julho de 1968, com o vigilante da Companhia Elétrica de São Paulo, subestação de Bauru, Daildo de Oliveira. A testemunha percebeu que havia alguns homens próximos ao escritório técnico da empresa e tentou se aproximar sem que percebessem. No entanto, acabou ficando frente a frente com um ser estranho encapuzado.
A criatura pronunciou uns grunhidos e, em seguida, entrou numa violenta briga corporal com Oliveira. Em poucos instantes, mais dois seres se envolveram na luta e acabaram vencendo, deixando a vítima sem resistência. Após terem surrado o vigia, as criaturas o ajudaram a se levantar, dando-lhe tapinhas amistosos nas costas, e deixaram que fosse embora.
Conta o falecido ufólogo Walter Karl Bühler, da extinta Sociedade Brasileira de Estudos sobre Discos Voadores (SBEDV), que pesquisou o caso, que Oliveira ainda pôde observar um UFO com forma de furgão Volkswagen, porém tendo cerca de 10 m de base, recolhendo os seres e alçando vôo. O objeto disparou em direção à cidade vizinha, Lins. Na época, o vigia foi entrevistado até por autoridades militares de Bauru.
Comunicação Por Gesticulação
Um exemplo de comunicação por gesticulação é o Caso Villas Boas. |
Um caso de luta corporal com ETs pode parecer alucinação, mas o fato foi exemplarmente investigado e é mundialmente conhecido. Ainda assim, antes de prosseguirmos, fica um questionamento a respeito desse contato. A partir do momento que estamos lidando com um tipo de comunicação ininteligível de procedência extraterrestre, temos realmente condições de distinguir o que poderia ser um tipo de dialeto estranho, porém inteligente, de algo que simplesmente parece grunhido? Essa dúvida, ainda sem resposta, é apenas um exemplo de como estamos lidando com elementos inseguros em avaliações do gênero – e isso é parte da confusa e intrincada natureza do Fenômeno UFO.
Na verdade, sabemos que os grunhidos também são exemplos de comunicação, embora pobres em conteúdo e fonemas, se comparados com um dialeto inteligente. As baleias, por exemplo, se utilizam de sons que têm um conteúdo de comunicação específico, mas que estão longe de ser uma linguagem. Logo, mesmo com grunhidos há um nível de comunicação e não apenas uma emissão sonora aleatória.
Existem casos em que se verifica uma aparente comunicação através de gestos, por parte dos seres extraterrestres. Nesta categoria de acontecimentos, a implicação que se vê é interessante. Ela supõe que os nossos sinais e linguagens corporais são absolutamente compreensíveis para os aliens e, como se não fosse o bastante, são usados por eles tal qual nós usamos entre nós. Isso nos remete a um universo de simbolismos comuns entre humanos e os nossos misteriosos visitantes. Vejamos um caso a seguir.
Por volta da 01h00 do dia 15 de outubro de 1957, o agricultor brasileiro Antônio Villas-Boas, hoje falecido, estava arando a fazenda de sua família, situada em São Francisco de Salles (MG), quando, subitamente, um UFO oval pousou a poucos metros do trator que pilotava. Villas-Boas tentou escapar correndo, mas foi logo dominado por vários tripulantes do UFO e levado à força para bordo. Suas roupas foram tiradas e os seres passaram um líquido oleoso em todo seu corpo. Logo em seguida, tiraram amostras de seu sangue através de um dispositivo colocado em seu queixo. O homem foi deixado em uma sala sozinho, na qual, poucos minutos depois, entrou uma mulher nua de cabelos loiros, com olhos finos e azuis.
Ambos mantiveram relações sexuais, o primeiro caso mundial do gênero de que se tem notícia. O fato foi amplamente investigado pelo médico e ufólogo Olavo Fontes e classificado pelo estudioso inglês Gordon Creighton como “o mais estranho de todos os casos”. Após o ato, a mulher apontou para sua própria barriga e depois para o céu, gesticulando quais eram suas intenções. Villas-Boas entendeu que iria ter um filho com ela, que nasceria em outro planeta. O rapaz foi depois deixado próximo do trator, por volta das 05h30 daquele mesmo dia. O Caso Villas-Boas é um clássico da casuística brasileira e teve uma enorme repercussão em todo o mundo.
Comunicação Por Telepatia
Um exemplo de comunicação por telepatia é o Caso João de Freitas Guimarães. |
Várias testemunhas descrevem situações nas quais é possível ouvir os humanóides sem que seja mencionada palavra alguma ou que sequer mexam a boca. É uma espécie de telepatia, algum tipo de comunicação mental.
Quem passa por esse processo diz que percebe sensações, palavras e imagens em sua cabeça, sem que haja aparente esforço de sua parte e, obviamente, sem sua vontade pessoal. Este tipo de comunicação é muito comum nos casos de abduções. Neste ponto da casuística há uma interessante intersecção entre ufologia e parapsicologia, que se ocupa de estudar os mecanismos da telepatia.
No dia 16 de junho de 1956, o advogado João de Freitas Guimarães foi para São Sebastião (SP) a serviço. No entanto, como o fórum da cidade estava fechado, ele se hospedou num hotel. À noite, pôs-se a passear pela praia e avistou um UFO sobre o mar, que vinha na sua direção. O objeto pousou na praia e dois homens iguais a nós saíram de seu interior. Estes humanóides eram altos, pálidos, tinham cabelos louros, olhos claros e pareciam serenos. Usavam uma espécie de macacão verde que se estreitava na altura do pescoço, dos punhos e dos tornozelos. Através de telepatia, os seres humanóides convidaram o advogado a entrar na nave. Guimarães acabou viajando com os seres no UFO. O advogado percebeu que havia água nas janelas da nave e perguntou se era chuva. Um dos seres lhe respondeu telepaticamente que aquela água era proveniente da “rotação em sentido contrário das peças que compunham a nave”.
Os humanóides informaram ainda que a nave “era conduzida no sentido da resultante da composição das forças magnéticas naquele lugar”. Depois de um tempo, que a testemunha estimou em torno de 30 a 40 minutos, o UFO pousou novamente na praia e deixou o advogado no local. Antes disso, um novo encontro foi marcado para o dia 12 de agosto do ano seguinte. Mas Guimarães preferiu não comparecer ao mesmo. O caso também foi investigado pelo doutor Bühler, da citada SBEDV.
Como se vê nestes exemplos, é possível perceber que há inúmeras variantes na fenomenologia ufológica. Se buscarmos associar a oralidade (comunicação) e as formas (anatomia) dos seres, veremos que é impossível estabelecer um padrão preciso que indique sua origem. Por exemplo, os seres do tipo Beta, anatomicamente muito parecidos conosco, utilizam a comunicação oral, tal como no Caso Baependi. Também há na casuística registros de uso da comunicação telepática, como no Caso Freitas Guimarães. Da mesma forma, há registros dos seres tipo Alfa usando a comunicação telepática nas abduções alienígenas, assim como emitindo uma aparente linguagem oral em idioma desconhecido, tal como no Caso Ursulina e Francisco. O Fenômeno UFO é, indiscutivelmente, uma gigantesca pluralidade de manifestações que culminam num imenso quebra-cabeças.
Tal qual o Fenômeno UFO como um todo, analisar o comportamento dos humanóides é algo bastante complicado, dada a estranheza e aparente ilógica da casuística. Se estamos realmente sendo visitados por uma ou mais civilizações extraterrestres, por que não há um contato oficial? Em 1968, buscando uma perspectiva para a questão, a Academia da Força Aérea dos Estados Unidos forneceu alguns parâmetros para seus cadetes. “Nós podemos ser objeto de estudo sociológico e psicológico intensivo. Em tais estudos, em geral se evita perturbar o ambiente do objeto de teste”, dizia uma parte do documento fornecido aos alunos. O mesmo texto, a seguir, fazia uma estranha comparação: “Não se entra em contato com uma colônia de formigas, e os humanos podem parecer assim para qualquer alienígena”.
Fonte: tantettaus