Um recente pedido de Liberdade de Informação (FOI) trouxe à tona uma investigação em curso pelo Departamento de Ciência, Inovação e Tecnologia do Reino Unido (DSIT) sobre como lidar com o que eles chamam de um evento “cisne negro” – a descoberta de vida extraterrestre, incluindo a divulgação dessa descoberta ao público.
O termo “cisne negro” refere-se a um evento imprevisível com consequências significativas e de longo alcance, que parece inevitável em retrospecto.
Esta pesquisa do DSIT está em andamento há quatro meses e está programada para apresentar suas descobertas em julho. O relatório resultante estabelecerá recomendações para um plano de ação, abordando oportunidades, desafios e áreas de especialização, visando garantir que o Reino Unido esteja preparado para liderar o caminho caso uma descoberta científica tão extraordinária se concretize.
Embora o foco principal do trabalho seja lidar com o impacto da descoberta de vida extraterrestre na esfera científica, ele também considera suas ramificações em outros campos.
O cenário de um possível “cisne negro” tornou-se cada vez mais iminente devido à confirmação de mais de 5.000 exoplanetas, investigações em Marte e nas luas de Júpiter e Saturno, o lançamento do telescópio espacial James Webb e a recente quase aceitação oficial da possibilidade de visitas de inteligências não humanas ao nosso mundo.
Uma descoberta definitiva nesse sentido teria implicações significativas para a ciência, os governos e a sociedade em geral, destacando a necessidade de um planejamento mais abrangente. Nick Pope, que já investigou OVNIs para o Ministério da Defesa do Reino Unido (MoD) e instigou o pedido FOI mencionado, está entre os que defendem essa abordagem proativa.
“Estou muito satisfeito em saber que este estudo está em andamento, pois é algo que deveria ter sido feito há muito tempo”, disse Pope ao jornal britânico Mirror. “Há rumores na comunidade científica de que o Telescópio Espacial James Webb já detectou fortes evidências de uma bioassinatura, e seja qual for a descoberta, é possível que um anúncio sobre uma bioassinatura – ou até mesmo uma tecnoassinatura – esteja próximo.”
“Como sempre, é melhor ter um plano e não precisar dele do que precisar dele e não tê-lo”, acrescentou.
No início deste ano, astrofísicos britânicos anunciaram que o telescópio espacial James Webb havia encontrado evidências de vida extraterrestre em um exoplaneta, mas o anúncio ao público está sendo adiado até que haja 100% de certeza. Conforme sugerido por Pope, este pode ser um dos motivos principais para o estudo realizado pelo DSIT, iniciado próximo aos rumores sobre a notável detecção do Webb.