Espectroscopia
O nome a princípio pode assustar, mas não tem segredo. Resumindo, a espectroscopia é um método de análise da luz emitida por algum objeto, que, após ser decomposta por um prisma ou uma grade de difração, pode ser analisada para se descobrir muitas coisas sobre o objeto que a emitiu. Complicou? Calma, veja primeiramente a descrição de espectroscopia abaixo:
A espectroscopia consiste na decomposição da luz (ou de outra radiação electromagnética) nos seus elementos constitutivos (espectro). Um exemplo concreto é o Arco Íris, que não mais é do que um espectro de baixa resolução da luz solar.
Simplificando: A espectroscopia é uma técnica na qual se obtem o espectro da luz emitida por um objeto (pode ser uma estrela ou um OVNI) espectro nada mais é do que o conjunto de comprimentos de onda da luz, que se revelam somente quando utilizamos um prisma (aqueles que são usados em binóculos) ou uma grade de difração. Um prisma é um “pedaço” de cristal ou vidro que quando recebe luz, a decompõe em um “arco-íris”.
Uma grade de difração faz a mesma coisa que o prisma, só que ela consiste numa película plástica finíssima, que tem em sua superfície milhares de linhas microscópicas. Quando a luz passa por essas linhas, ela é decomposta da mesma maneira como acontece com o prisma, gerando um “espectro”, ou arco-íris, no linguajar popular.
Na ufologia
Existem diversos métodos de espectroscopia, porém, para nós nos interessa o mais comum, que consiste em decompor a luz visível, emitida por algo, no caso, um OVNI. O que o espectro pode nos revelar? Uma vez obtido um espectro de um OVNI e analisado, este pode nos revelar muitos detalhes da fonte de luz (no caso o OVNI), como temperatura, campos magnéticos, e muitos outros detalhes.
A técnica de espectroscopia não é nova. Porém, no campo da Ufologia, só recentemente ela começou a ser aplicada, com um simples objetivo: obter informações sobre um UFO pela análise de sua luz. Infelizmente, por desconhecimento da grande maioria dos ufólogos, essa técnica, que poderia presentear os pesquisadores com informações importantíssimas sobre o fenômeno UFO, geralmente é negligenciada.
Somente alguns grupos estão começando a utilizá-la com mais vigor em suas pesquisas. Um desses grupos é o do site http://www.ufo-science.com. Neste site, seus pesquisadores inovaram, oferecendo grades de difração para serem usadas nas câmeras dos celulares. Estas grades são vendidas por um preço bem em conta, isto em Euros.
Quem quiser se aventurar nesta técnica que promete revolucionar a pesquisa ufológica que entre em contato com eles para adquirir estes filtros. Toda a instrução para o seu uso está incluída com o produto.
Esta ferramenta poderosa, quase tão boa quanto retirar lascas de um disco voador, é pouco utilizada por ufólogos e entusiastas, mas há exceções. O Projeto Hessdalen na Noruega, por exemplo, capturou o espectro de alguns fenômenos luminosos. Na França, policiais foram equipados com grades de difração e câmeras adaptadas, e mesmo no Brasil, o pesquisador Rogério Chola é um dos que já tentaram obter espectros úteis.
À aplicabilidade – luzes de Hessdalen
Fenômeno Hessdalen, ou ainda Luzes de Hessdalen, são misteriosas “luzes”, em tonalidades brancas e amarelas, que normalmente aparecem durante o inverno no vale de Hessdalen, na Noruega. Por conta disso, este fenômeno tem atraído a atenção de ufólogos do mundo todo, que acreditam tratar-se de OVNIs. Os cientistas, por outro lado, consideram que as luzes incomuns podem ser formadas por uma “bateria” natural enterrada no subsolo, criada por minerais metálicos que reagem com um rio sulfuroso que passa por eles.
Hessdalen, um pequeno vale na Noruega, é um bom local para observar os fenômenos de Hessdalen. Várias centenas de observações foram feitas naquele vale, localizado a cerca de 30 km a noroeste da cidade de Røros e 120 km ao sul da cidade de Trondheim. O vale tem 15 km de extensão e cerca de 200 pessoas vivem lá.
No início dos anos 80, havia avistamentos quase todos os dias. A parte principal durou de dezembro de 1981 até o final de 1984. Agora, são da ordem de 20 observações a cada ano.
O “Projeto Hessdalen” foi iniciado por pessoas da UFO-Noruega, UFO-Suécia e “Föreningen for psykobiofysikk”, em 3 de junho de 1983. O tópico principal era descobrir mais sobre os fenômenos de Hessdalen em Hessdalen. A assistência foi recebida de cientistas do Norwegian Defense research Establishment, da Universidade de Oslo e da Universidade de Bergen. Foram realizados dois períodos de pesquisa de campo no vale, no inverno de 1984 e no inverno de 1985. Na ordem de 40 pessoas participaram dessas pesquisas de campo.
Na primeira investigação de campo, que ocorreu em Hessdalen de 21 de janeiro a 26 de fevereiro de 1984, os participantes foram localizados em quatro lugares diferentes no vale: em uma encosta ao sul de Hessdalen, a leste do lago Hessjøen, na parte sul da montanha Finnsåhøgda a oeste em Hessdalen e na encosta da montanha Litlfjellet, ao norte de Hessdalen.
Não havia pessoas o tempo todo nesses locais, mas na maioria das vezes. Algumas observações visuais também foram feitas de outros locais do vale durante o trabalho de campo. A estação principal estava localizada na parte central e norte de Hessdalen e estava equipada com: Um visualizador infravermelho; um analisador de espectro; um sismógrafo; um magnetômetro; um laser; um contador Geiger; um radar; câmeras, algumas equipadas com grades. Durante o trabalho de campo, 53 observações visuais de uma “luz desconhecida” foram capturados e os dados foram obtidos. Tudo registrado em: “Projeto Hessdalen, relatório técnico final Parte 1“.
Foram tiradas 23 fotos espectrográficas, usando câmeras equipadas com grade. 5 dessas 23 fotos eram fotos de referência, mostrando uma “luz conhecida”; poste de luz, lua e estrela. A maioria das imagens da luz tem muito “ruído espectrográfico” para obter qualquer resultado. Apenas três fotos são boas o suficiente para descobrir mais sobre os espectros ópticos da “luz”. Estas são apresentados neste artigo.
A segunda investigação de campo, ocorreu em Hessdalen entre 12 de janeiro e 28 de janeiro de 1985. O mesmo tipo de instrumentos foi usado em 1984, e os participantes estavam localizados em lugares diferentes em Hessdalen. Nenhuma observação visual foi feita durante esse período. Esta segunda investigação de campo continuou por mais 14 dias, agora sem instrumentos, e apenas três observadores presentes. Foi feita uma observação visual.
Aquisição de dados
Os registros espectrográficos foram obtidos usando uma grade de difração na frente de uma câmera. A câmera foi montada em um tripé e um cabo de liberação foi usado. Quando uma “luz desconhecida” apareceu, uma foto foi tirada, que então mostra a “luz desconhecida” e seu espectro óptico.
As câmeras foram equipadas com filme preto e branco Kodak TRI-X. Este filme tem uma velocidade de 400 e uma boa sensibilidade espectral até 630 nm. Cada câmera tinha uma lente com distância focal de 50 mm. As grades utilizadas foram Paton Hawksley TE.216E, que possuem 300 linhas/mm.
Caso principal e outras capturas
Esta observação foi feita na última noite do trabalho de campo do Projeto Hessdalen, domingo, 26 de fevereiro de 1984, às 3h08. A localização foi na encosta a leste do lago Hessjøen, ao sul de Hessdalen. Não havia vento e fazia 10 graus centígrados negativos. A visibilidade era boa e muito perto do solo havia uma pequena névoa de neblina. As estrelas mais fortes podiam ser vistas.
Como pudemos ver, a ciência pode (e deve) ser usada na pesquisa ufológica. Os casos das luzes de Hessdalen embora podendo ser um fenômeno natural, é absolutamente complexo e ainda desconhecido. Nos servindo como exemplo e parâmetro da aplicação de uma área científica ao seu estudo.
No meio ufológico, à aplicabilidade de áreas científicas assim como equipamentos também científicos, podem nos proporcionar uma melhor observação sobre o fenômeno, podendo nos ajudar a identificar e diferenciar o fenômeno OVNI de outros possíveis fenômenos naturais e materiais terrestres.
A espectroscopia é apenas um dos meios científicos dos quais dispomos para tentar buscar compreender o fenômeno UFO, de forma técnica em sem emoção. A busca por respostas é gradual, mas deve ser também amparada da melhor maneira possível sob a ótica racional.