Alexander Weygers, chamado de “Da Vinci Moderno”, aprimorou-se em dezenas de áreas. Polímata, o engenheiro holandês foi responsável por patentear o “Discopter” uma aeronave em formato de um disco voador.
Escultor, inventor, soldado, engenheiro mecânico e de aviação, artista, designer, oficial de inteligência, ilustrador, maquinista, carpinteiro, eletricista, encanador, apicultor, ferreiro, professor… Esse foi Alexander George Weygers.
O engenheiro que cresceu nas Índias Orientais Holandesas – hoje Indonésia – e passou a maior parte da sua vida adulta nos EUA, era uma espécie de Leonardo da Vinci do século XX.
Weygers recebeu de seus pais muitos dos seus interesses. Adquiriu os seus conhecimentos linguísticos da sua mãe, que ensinava literatura e várias línguas, e o seu amor pela natureza e pelo designer, das explorações botânicas que realizou com o seu pai na Indonésia.
Interessou-se pela área da “ferraria” ainda no ensino secundário. Mais tarde, formou-se nos departamentos de engenharia mecânica e construção naval. Além disso, ele também frequentou por um tempo a Royal Academy of Arts de Haia.
![]() |
Alexander Weygers, sentado em seu estúdio em Carmel Valley. |
Alexander Weygers (1901 – 1989) desenvolveu uma série de propostas técnico-artísticas que o tornaram admirado em sua época.
Em 1927, ele conceituou um dispositivo que previa a paixão por discos voadores antes mesmo de eles terem esse nome. E como engenheiro, ele fez isso com uma visão prática das falhas do dispositivo que esperava substituir.
“Os helicópteros são vulneráveis”, disse ele numa entrevista à UPI em 1985 . “Pessoas estavam sendo mortas neles durante a década de 1920. Eles caem como um tijolo. O disco se tornou a resposta lógica.”
Sua criatividade foi impulsionada pela tragédia. Em 1928, sua esposa morreu durante o parto, assim como seu filho. O doloroso incidente acabou aproximando-o da arte, com as perdas inspirando algumas de suas esculturas mais notáveis.
![]() |
Weygers também foi um exímio escultor. |
Uma tragédia semelhante – a captura da sua família, ainda nas Índias Orientais Holandesas, pelas forças japonesas durante a Segunda Guerra Mundial – levou-o, no início da década de 1940, a concluir o seu projecto de disco, que tinha começado na década de 1920. Ele chamou o dispositivo de “Discopter”.
A ideia não foi inspirada em naves espaciais ou ficção científica, mas no desejo prático de criar um veículo que pudesse ser usado para resgatar pessoas em incidentes não muito diferentes daquele enfrentado por seus familiares. Seu quadro de referência foi seu próprio trabalho anterior.
Os jornais da época apelidaram-no de “o Leonardo da Vinci do século XX” e, embora isso possa ter sido um pouco exagerado, a verdade é que os seus desenhos e projetos eram suficientemente interessantes para não merecerem o esquecimento em que se encontram submerso.
The Discopter
![]() |
Projeto do Discopter de Alexander Weygers. |
Não há dúvida de que alguns engenheiros ou artistas tendem a se destacar em sua área de interesse graças ao caráter ousado ou avançado de seus projetos. Este é, sem dúvida, o caso de Alexander Weygers,
A adolescência de Weygers foi passada num mundo em que foi inventado ou popularizado todos os dias algum tipo de máquina projetada para mudar a forma como o mundo funcionaria, e não há dúvida de que esse turbilhão de novidades influenciou o desenvolvimento de suas ideias.
Estranhamente, e por mais interessantes que sejam muitas de suas obras, Weygers foi praticamente esquecido, e seus grandes designs só podem ser encontrados em alguns museus.
Uma das obsessões desse engenheiro eram os veículos voadores. Na década de 1920, o termo “disco voador” para designar uma nave inteligentemente pilotada ainda não existia, mas seu projeto sim.
A expressão “disco voador” foi substituída por “OVNI” que era – há 60 ou 70 anos – usado para nomear qualquer coisa que voasse e cuja origem fosse desconhecida. Foi neste contexto que Alexander Weygers começou a desenvolver os seus designs, que integravam harmoniosamente o artístico com a tecnologia.
![]() |
Esquema do Discopter de Alexander Weygers. |
Embora tenha sido projetado bem antes, a primeira de suas “invenções” o dispositivo voador, obviamente em forma de disco, chamado; The Discopter, só foi patenteado (patente norte-americana número 2.377.835) em 1945, dois anos antes do famoso avistamento de Kenneth Arnold.
Após patentear sua invenção, o artista e engenheiro tentou vender o projeto do Discóptero para diversas empresas e até mesmo para o governo dos EUA.
Alexander Weygers não estava tentando inventar o disco voador. Ele estava tentando reinventar o helicóptero, junto com a aviação em geral, para que pudesse ser usado de forma mais prática. (Deve-se notar que o dispositivo nunca foi construído.)
Mas a existência de tudo o que veio depois fez com que o seu nome ficasse para sempre associado ao futurismo e à ficção científica, elementos que na verdade não inspiraram a sua invenção.
Vendo hoje os desenhos que acompanham o texto da patente, parece improvável que esta máquina poderia voar, mas a verdade é que o design desse dispositivo desencadeou a inventividade de Weygers e tornou-se a pedra angular sobre a qual ele construiria o resto do seu trabalho.
Na verdade, este aparelho voador de Weygers, foi o modelo no qual baseou o seu projeto artístico mais ambicioso: uma cidade voadora.
![]() |
Terminal Central do Discopter. Como seria Los Angeles em 1985, na visão de Alexander Weygers. |
Extrapolando os princípios básicos empregados em seu helicóptero, grandes turbinas montadas horizontalmente, o formato circular da fuselagem e as plantas destinadas a fornecer o sistema de direção, o engenheiro imaginou algo muito maior, fato que lhe valeu o apelido com que foi utilizado: “o Leonardo da Vinci do século XX”.
Weygers imaginou um futuro em que toda a cidade de São Francisco voasse a centenas de metros de altura. Embora o seu trabalho seja apenas artístico, as plantas e desenhos da cidade têm um “toque” técnico indiscutível.
Naquela época tudo parecia possível e acreditava-se que tudo o que alguém pudesse imaginar seria construído mais cedo ou mais tarde…
Alexander Weygers faleceu na cidade de Carmel Valley, na Califórnia, em 1989, os 87 anos, mas seu trabalho vem ganhando cada vez mais a atenção do público, de admiradores e colecionadores de arte, bem como de engenheiros, ufólogos e interessados na cultura OVNI em geral.
Fontes e referências:
https://www.webtekno.com/ufo-patentini-alan-gizemli-muhendis-h140003.html
https://artesecontextos.pt/2021/12/alexander-weygers-patenteou-o-ovni/