Recentemente, o mundo ufológico não deu trégua. De forma positiva, tivemos algumas surpresas. Ficamos sabendo do lançamento do livro de Jay Stratton, do envolvimento de Dick Cheney, ex-vice-presidente dos EUA durante o governo Bush, no encobrimento de OVNIs (algo que trarei em breve), e, de ontem para hoje, surgiram outras duas revelações: a divulgação dos documentos com e-mails do Dr. Kirkpatrick à Força Espacial Americana e também importantes e polêmicas declarações de uma figura de destaque ligada à agências de inteligência e programas UFO.
Tratou-se de uma ex-integrante da UAP Task Force (Força-Tarefa UAP) com um currículo extenso e impressionante, a Dra. Sarah Gamm.
A UAP Task Force foi uma unidade estabelecida pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos em 2020, com o objetivo de investigar relatos de avistamentão de OVNIs/UAPs). A missão da força-tarefa era coletar e analisar dados de UAPs observados por militares, especialmente aqueles que poderiam representar uma ameaça à segurança nacional.
A UAP Task Force foi sucedida pelo All-domain Anomaly Resolution Office (AARO) em 2022, que expandiu o escopo de suas investigações para abranger não apenas o espaço aéreo, mas também anomalias em domínios como a terra, o mar e o espaço. Entre os membros e líderes associados à UAP Task Force estavam figuras como Jay Stratton, que liderou a equipe, David Grusch, e Sarah Gamm, que atuou como analista de inteligência.
Ontem, durante um episódio do The Good Trouble Show, apresentado por Matt Ford, que quebrou recordes de superchats e perguntas, Sarah Gamm trouxe à tona revelações impactantes sobre seu tempo na UAP Task Force e sua experiência com fenômenos inexplicáveis. Entre as declarações mais notáveis, Sarah afirmou ter visto “filmagens irrefutáveis” de objetos voadores não identificados, os quais, segundo ela, são de origem não humana. Além de afirmar que “sim, definitivamente há coisas e entidades malévolas por aí”. Assim também como afirmou que o “OVNI água-viva” havia sido desmascarado como pasmem, uma “criatura aquática”.
Sarah Gaam
Sarah Gamm iniciou sua carreira trabalhando como analista de imagens SAR (Radar de Abertura Sintética) na UAP Task Force. Em suas próprias palavras, ela descreveu o trabalho com SAR como uma “espécie de sonar em um barco”, mas aplicado a imagens da Terra. “SAR não é como uma foto bonita que você tira com o seu celular. Há muita matemática e ciência por trás”, explicou. Esse tipo de análise a levou a se apaixonar pela área, destacando que, embora fosse um trabalho desafiador, era extremamente gratificante.
Ao longo de sua carreira, Sarah trabalhou em duas das principais agências de inteligência dos EUA: o NRO (Escritório Nacional de Reconhecimento) e a NGA (Agência Nacional de Inteligência Geoespacial). No NRO, ela explicou que seu trabalho envolvia a operação de satélites de vigilância classificados, e na NGA, ela desempenhou o papel de cientista de imagens SAR, ajudando a identificar alvos para operações militares no Oriente Médio. “Eu estava envolvida em algumas coisas incríveis, como operações em Mosul e contra o ISIS“, disse ela, referindo-se a suas contribuições no combate ao terrorismo.
Sarah persistiu em seu desejo de fazer parte da Força-Tarefa UAP, mesmo depois de ser inicialmente ignorada por seu diretor adjunto. “Eu não aceitei o ‘não’ como resposta e continuei insistindo”, revelou, até que finalmente foi integrada à equipe. Uma vez na força-tarefa, ela trabalhou com análise de dados e imagens de radar, muitas vezes frustrada pela baixa qualidade dos dados. “Assim como o público fica frustrado com imagens desfocadas, nós também ficávamos”, disse, enfatizando que a equipe tinha as mesmas dificuldades que o público ao tentar decifrar os fenômenos.
Além de sua carreira em inteligência, Sara também tem experiência como médium e participou de várias investigações paranormais. Ela explicou que nunca escondeu suas habilidades no ambiente de trabalho. “Meu último gerente sabia de tudo sobre meus dons e minhas capacidades. Não era algo de que eu me envergonhasse”, disse ela, orgulhosa de sua jornada pessoal. Embora esse aspecto de sua vida não fosse o foco da entrevista, Sara mostrou-se aberta a falar sobre como suas experiências espirituais e de médium coexistem com seu trabalho em inteligência.
Sarah possui uma graduação em Astrofísica, que oficialmente consta como Física, e um mestrado em Contra-Armas de Destruição em Massa. Ela explicou que seu interesse inicial em “coisas que explodem” veio de sua formação em física, mas ao longo do curso de mestrado, ela começou a entender melhor as políticas envolvidas no controle de armas de destruição em massa. “Eu tive que aprender a escrever de maneira diplomática e política, o que foi uma grande mudança”, comentou, destacando o aspecto multidisciplinar de sua educação.
Trabalho na UAP Task Force
O interesse de Sarah em UAPs cresceu quando ela começou a ler relatórios sobre avistamentos em instalações nucleares. “Eu vi um relatório sobre algo que aconteceu em um local de mísseis nucleares, e aquilo me prendeu imediatamente”, disse ela. Esse interesse a levou a participar da Força-Tarefa UAP, onde pôde estudar os fenômenos a fundo, utilizando seus conhecimentos em astrofísica e análise de radar.
Na Força-Tarefa UAP, Sarah e sua equipe analisavam uma vasta gama de dados, desde imagens de radar até sensores de satélites. Ela explicou que, apesar das dificuldades, houve momentos em que os dados claramente indicavam que os objetos observados não eram de origem terrestre. “Havia casos em que, sem dúvida, o que estávamos vendo não era terrestre”, disse ela, reforçando a ideia de que alguns dos avistamentos desafiavam completamente as explicações convencionais.
Um dos maiores desafios da força-tarefa, segundo Sarah, era lidar com a incerteza e os dados limitados. Muitos avistamentos acabavam sendo desmistificados como balões ou fenômenos naturais, mas havia outros que permaneciam inexplicáveis. “Passávamos meses tentando identificar algo, e quando não conseguíamos, classificávamos como UAP”, disse ela, destacando o processo rigoroso de eliminação antes de rotular um fenômeno como inexplicável.
Sarah mencionou que o processo de desmistificação era algo em que ela e sua equipe se especializaram. “Às vezes, as pessoas brincavam que éramos como o FBI tentando resolver mistérios”, disse ela, mas a verdade é que o trabalho exigia uma abordagem científica rigorosa. Mesmo com essa abordagem, havia casos que não podiam ser explicados com base em fenômenos naturais ou falhas tecnológicas.
Durante suas investigações, Sarah mencionou ter observado naves com formas incomuns, como uma nave em forma de “bumerangue“. Além disso, ela descreveu um avistamento que ficou conhecido como o “cérebro voador“, devido ao formato estranho do objeto. “Era uma coisa realmente bizarra, parecia um cérebro flutuando no céu”, disse ela, admitindo que, embora parecesse absurdo, o avistamento foi rastreado por algum tempo.
Revelações e polêmica
Sarah afirmou ter visto “filmagens irrefutáveis” de objetos voadores não identificados, os quais, segundo ela, são de origem não humana. Uma revelação que gerou espanto. Tendo ela acesso a imagens e filmagens para análises na força-tarefa, não ficou longe desses impressionantes registros.
Ela também surpreendeu ao afirma que: “sim, definitivamente há coisas e entidades malévolas por aí, e algumas que também não compreendem emoções e, portanto, não entendem que são malévolas porque são como robôs/drones”.
Mas o ponto de maior destaque na entrevista talvez tenha sido a menção ao famoso Jellyfish UFO (OVNI água-viva), divulgado ao mundo em um documentário pelo jornalista investigativo Jeremy Corbell no início do ano. A princípio, as informações diziam que a filmagem tinha sido feita em uma base de operações dos EUA no Iraque, em outubro de 2018.
Mas no dia 10 de janeiro, um dia após Jeremy Corbell ter divulgado a filmagem ao mundo, o cineasta e jornalista investigativo do The New York Post, Steven Greenstreet, publicou uma postagem no X com o depoimento de uma testemunha militar do OVNI água-viva.
Michael Cincoski, que foi controlador tático ISR na Base Aérea de Al-Taqaddum, no Iraque, confirmou o vídeo. O militar disse que o vídeo da “água-viva” foi capturado no “outono de 2017” por um balão de vigilância PTDS amarrado, que captava ameaças de drones quadricópteros quase semanalmente. Alguns dos drones carregavam granadas, por isso era importante identificar rapidamente essas ameaças. Um registro que gerou muita discussão na comunidade UFO.
A respeito do vídeo, Sarah explicou que, apesar das especulações, o vídeo do OVNI água-viva foi, na verdade, “desmistificado” pelo próprio departamento em que trabalhava. Segundo ela, o objeto não é classificado como UAP, e se tratou, pasmem; de “vida aquática”. Ela usou esse exemplo para enfatizar que, embora muitos fenômenos realmente permaneçam inexplicados, há casos em que há explicações mais simples e técnicas para certos avistamentos.
Antes da entrevista, Sarah enfrentou uma série de ataques públicos, em especial do jornalista Steven Greenstreet, conhecido por seu ceticismo na comunidade UFO. Greenstreet lançou uma campanha de difamação contra Sarah, focando em seu trabalho paralelo como médium psíquica e caçadora de fantasmas. Ele alegou que Gamm cobrava por sessões de comunicação com espíritos e anjos, o que, segundo ele, colocaria em dúvida sua credibilidade como uma fonte confiável de informações sobre UAPs.
Sarah, no entanto, respondeu diretamente a essas críticas durante o programa, afirmando que sua carreira em órgãos como a Agência Nacional de Inteligência Geoespacial (NGA) e o Escritório do Diretor de Inteligência Nacional (ODNI) nunca foi prejudicada por suas crenças pessoais. Ela explicou que, dentro desses ambientes de trabalho, é comum encontrar pessoas com diversas práticas espirituais, e isso nunca interferiu em suas funções profissionais ou nas investigações que conduziu. Sarah ressaltou que seu histórico e dedicação em agências de inteligência são as verdadeiras credenciais que devem ser consideradas.
Veja a entrevista abaixo: