Parece até uma piada, mas não é. A onda de violações nos espaços aéreos de bases americanas continua; enquanto drones do tamanho de carros populares sobrevoam infraestrutura sensível em vários estados americanos. Até o momento, pelo menos dez bases militares sofreram incursões desses misteriosos drones. As autoridades federais dos Estados Unidos simplesmente emitem notas dizendo que não veem nada de anormal, que não há ameaças e que não há motivo para preocupação.
O que começou em solo estrangeiro, com incursões em bases militares americanas no Reino Unido, se estendeu para o próprio território nacional e já foi registrado até em uma base na Alemanha.
Entre 20 e 26 de novembro de 2024, uma série de atividades não autorizadas de drones foi detectada sobre e nas proximidades de quatro bases da Força Aérea dos EUA no Reino Unido: RAF Lakenheath, RAF Mildenhall, RAF Feltwell e RAF Fairford. Essas instalações, localizadas em Suffolk, Norfolk e Gloucestershire, são essenciais para as operações militares dos EUA na Europa. A atividade dos drones persistiu por vários dias, levantando preocupações sobre a coordenação e a intenção por trás dessas incursões.
Os incidentes no Reino Unido, que foram confirmados pela USAF, foram ofuscados por outra onda de violações de drones, desta vez em espaços aéreos do próprio território americano.
Em meados de novembro, moradores do Condado de Morris, em Nova Jersey, começaram a avistar e relatar atividades de grandes drones nos céus.
O FBI iniciou as investigações; porém, nenhuma resposta substancial foi fornecida. Pelo contrário, as perguntas permaneceram, e as incursões de drones no espaço aéreo americano só aumentaram.
A FAA impôs zona de exclusão, mas as incursões dos drones se expandiram, com sobrevôos em áreas e infraestruturas sensíveis, como ferrovias, reservatórios de água, usinas nucleares e bases militares.
Uma das primeiras bases a ter seu espaço aéreo violado foi o Arsenal Picatinny. A instalação serve como quartel-general do US Army Combat Capabilities Development Command Armaments Center. O Picatinny Arsenal é amplamente reconhecido por ter desenvolvido o “trilho Picatinny”, um sistema de montagem amplamente utilizado em armas de fogo, além de ser o principal centro de especialização do Exército dos Estados Unidos para munições e cartuchos de armas curtas.
O Exército americano confirmou que pelo menos 11 incursões não autorizadas de drones foram identificadas sobre a base.
Em resposta a esses incidentes, a FAA (Administração Federal de Aviação) reforçou as restrições ao uso de drones no Arsenal Picatinny.
Outra base que teve seu espaço aéreo violado por drones foi a Base Aérea de Earle, uma estação de armas da Marinha Americana, que confirmou a ocorrência de “múltiplos” casos de drones entrando em seu espaço aéreo.
A Estação de Armas Navais Earle, localizada em Colts Neck, Nova Jersey, relatou ter detectado alguns drones enigmáticos patrulhando os céus locais nas últimas semanas, sem causar problemas significativos.
“Embora nenhuma ameaça direta à instalação tenha sido identificada, podemos confirmar várias ocorrências de drones não identificados entrando no espaço aéreo acima da Estação de Armas Navais Earle”, disse Bill Addison, oficial de relações públicas da estação naval, ao The Post.
Recentemente, tivemos confirmação de violação do espaço aéreo de outra base americana só que em solo alemão. No início de dezembro, drones também foram vistos voando sobre a base aérea dos EUA em Ramstein, na Alemanha, informou um porta-voz da Força Aérea dos EUA.
Não houve “nenhum impacto aos residentes, instalações ou ativos da base”, disse ele. “Em conjunto com as autoridades da nação anfitriã, continuamos a monitorar o espaço aéreo para garantir a segurança da comunidade.”
De acordo com a Reuters, uma fonte de segurança informou que as autoridades alemãs não rastrearam os operadores dos drones, mas descartaram a possibilidade de que os drones fossem operados por amadores.
Há dois dias, soubemos que atividade de drones não autorizados fez com que autoridades fechassem o espaço aéreo sobre uma das bases mais críticas e famosas da Força Aérea dos Estados Unidos por quase quatro horas, na sexta-feira à noite e no início do sábado, de acordo com um porta-voz da base, noticiou a TWZ.
Bob Purtiman, chefe de relações públicas da 88ª Ala da Base Aérea Wright-Patterson, em Ohio, disse que o espaço aéreo permaneceu restrito por aproximadamente quatro horas, do final da sexta-feira até o início do sábado, enquanto as autoridades monitoravam a situação.
Além disso, ontem, autoridades militares confirmaram que “sistemas aéreos não tripulados” ou drones foram avistados perto da Base Aérea de Hill. Em um comunicado divulgado na tarde de segunda-feira, autoridades da Hill AFB confirmaram os avistamentos perto da base aérea no Condado de Davis.
Eles disseram que os drones não atingiram a base.“Podemos confirmar que sistemas aéreos não tripulados foram avistados nas proximidades da Hill AFB recentemente. Até o momento, os sistemas aéreos não tripulados não impactaram as operações da Hill AFB e todas as medidas apropriadas estão sendo tomadas para proteger o pessoal, os ativos e a infraestrutura da Hill AFB”, dizia a declaração.
E hoje, se teve confirmação de que a Base do Corpo de Fuzileiros Navais de Camp Pendleton, no sul da Califórnia, sofreu diversas incursões de drones em seu espaço aéreo nos últimos dias, segundo informações de um porta-voz da instalação ao The War Zone na manhã desta de terça-feira.
Entre 9 e 15 de dezembro, “houve seis casos de sistemas aéreos não tripulados (UAS) observados entrando no espaço aéreo de Camp Pendleton, sem nenhuma ameaça às operações de instalação”, disse o capitão James C. Sartain, porta-voz da base, em resposta à pergunta sobre o assunto.
Mas não há nada com que se preocupar, pois não existe nenhuma ameaça à segurança pública ou nacional americana.
Pelo menos é o que diz um comunicado conjunto do DHS (Department of Homeland Security), do FBI (Federal Bureau of Investigation), da FAA (Federal Aviation Administration) e do DoD (Department of Defense), emitido hoje.
DHS, @FBI, @FAANews, and the @DeptofDefense released the following joint statement on the ongoing response to reported drone sightings. ⤵️ pic.twitter.com/ihGcGbjOEy
— Homeland Security (@DHSgov) December 17, 2024
Em uma postagem na plataforma X, o Homeland Security tratou de deixar bem claro que não existem preocupações, enquanto bases militares americanas sofrem incursões de drones que, segundo o próprio Estado-Maior Conjunto, “Até o momento, nem o FBI, o DHS, a FAA e o DoD conseguiram determinar quem é o responsável por pilotar os drones.”
O comunicado do DHS diz:
“Há mais de um milhão de drones registrados legalmente junto à FAA nos Estados Unidos, e existem milhares de drones comerciais, recreativos e de autoridades policiais legalmente no céu em qualquer dia. Com o avanço da tecnologia, esperamos que esse número aumente com o tempo.O FBI recebeu informações de mais de 5.000 relatos de avistamentos de drones nas últimas semanas, com aproximadamente 100 pistas geradas, e o governo federal está apoiando autoridades estaduais e locais na investigação desses relatos. De acordo com nossas missões e autoridades únicas, estamos trabalhando rapidamente para priorizar e seguir essas pistas. Enviamos tecnologia avançada de detecção para a região, bem como observadores visuais treinados.
Após uma análise minuciosa dos dados técnicos e das informações de cidadãos preocupados, avaliamos que os avistamentos até o momento incluem uma combinação de drones comerciais legais, drones recreativos e drones de autoridades policiais, além de aeronaves tripuladas de asa fixa, helicópteros e até estrelas equivocadamente relatadas como drones. Não identificamos nada anômalo e não avaliamos que as atividades até o momento representem um risco à segurança nacional ou à segurança pública no espaço aéreo civil de Nova Jersey ou de outros estados no nordeste do país.
Dito isso, reconhecemos a preocupação de muitas comunidades. Continuamos apoiando as autoridades estaduais e locais com tecnologia avançada de detecção e suporte à aplicação da lei. Instamos o Congresso a aprovar legislação de combate a Sistemas Aéreos Não Tripulados (UAS) quando se reunir novamente, que estenda e amplie as autoridades existentes para identificar e mitigar qualquer ameaça que possa surgir.
Além disso, houve um número limitado de avistamentos visuais de drones sobre instalações militares em Nova Jersey e em outros locais, inclusive em espaços aéreos restritos. Tais avistamentos próximos ou sobre instalações do Departamento de Defesa (DoD) não são novos. O DoD leva o acesso não autorizado ao seu espaço aéreo a sério e coordena-se estreitamente com autoridades policiais federais, estaduais e locais, conforme apropriado. Os comandantes locais estão ativamente engajados para garantir que existam medidas adequadas de detecção e mitigação em vigor.”
Enquanto permanece a praxe de que não há nada de anormal acontecendo, com o porta-voz de Washington, John Kirby, bastante à vontade durante um briefing para a imprensa na Casa Branca, na quinta-feira, dizendo: “Muitos relatos de drones em Nova Jersey são apenas aviões normais operando legalmente, e eles não conseguiram corroborar ‘nenhum’ dos relatos de drones”, os americanos continuam com dúvidas e uma leve sensação de insegurança, afinal, ninguém gosta de ter sua casa violada por um desconhecido.
As reações do público frente ao enfrentamento das autoridades com essa situação de drones e UAPs em solo nacional são de incertezas e inquietações.
Ontem, o presidente eleito Donald Trump falou sobre isso em uma coletiva de imprensa e afirmou que o governo e os militares dos EUA sabem precisamente de onde os drones estão vindo; “algo estranho está acontecendo. Por alguma razão, eles não querem contar às pessoas, e deveriam”, disse Trump.
A expectativa é que o presidente eleito flexibilize informações sobre este cenário e sobre os UFOs como um todo, quando assumir a presidência.
A cada dia que passa, novos registros surgem, mostrando que há algo de anormal e anômalo envolvendo essa onda de avistamentos em solo americano. Os contribuintes americanos, assim como o mundo, precisam de uma resposta verdadeira.