Já bem adiante, Tiago resolveu pedir ajuda ao seu amigo Francisco Hanser, que morava por ali, dentro do terreno do Instituto Zootécnico. Seguiram os dois pelo mato, um pela parte baixa, outro pela parte de cima.
Encontro com o disco voador
Em virtude da vegetação ser espessa e alta, Tiago só viu o objeto por completo, quando já estava a apenas 10 metros de distância, mesmo assim, só percebeu uma estrutura arredondada, metálica, com 1,50 m de altura, procurou melhor posição e ficou observando. Quase imediatamente, abriu-se uma porta no aparelho e por ela saíram flutuando dois tripulantes, um de cada vez, baixando suavemente até o solo. Porém, dentro da nave, ele distinguiu mais dois observando-o através da vigia.
Eram homens pequenos. Teriam 1,50m de altura. Usavam roupa colante, aluminizada, que cobria todo o corpo, dos pés à cabeça. Na altura do rosto havia um visor transparente. O rosto tinha a pele lisa amarelada, com uma cicatriz em cada bochecha. O olho esquerdo ficava em um nível mais alto do que o direito. Lábios finos, nariz achatado, olhos amarelo-escuros, sem pupila e sem esclerótida. Duas rugas paralelas acima dos olhos sem cílios nem pálpebras. O queixo dava a impressão de “estar fugindo para trás”.
Retrato falado do ser e do objeto visto por Tiago/BURN. (À direita e abaixo, fotografia das marcas do tripé de pouso do objeto). |
Os dois tripulantes deram 3 passos à frente e o jovem deu um, ficando, assim, a uns 8 metros, frente à frente, quando entabularam “conversação”. Eles emitiram sons graves guturais e roucos, que pareciam sair de uma “tromba” que se movimentava na parte inferior da “mascara” de cada um, ao falar.
Quando Tiago perguntou-lhes, em português, como teriam chegado ali, um deles fez gestos de movimentos rotativos com as palmas das mãos apostas, formando um circulo com os dois braços que, em seguida levantou e abaixou várias vezes. Visto que não tinham entendido sua pergunta, e já ficando nervoso, o rapaz tirou um cigarro do maço que estava no bolso da camisa e o acendeu, o que foi observado com grande atenção pelos quatro seres, que se entreolharam e trocaram palavras entre si.
Tiago pegou o maço, que ainda tinha 14 cigarros, e jogou na direção dos seres. Um deles, sem desviar os olhos do jovem, foi apanha-lo. Quando a mão do tripulante estava próximo ao maço de cigarros este flutuou até a mão do ser, sendo apanhado pelo mesmo. Após isso, o ser levou o maço de cigarros até à coxa e como num passe de mágicas este desapareceu. Diante desse fato dois deles riram, mostrando dentes enegrecidos e diferentes.
Fotografia de Tiago Machado na época do ocorrido. |
Tentativa de comunicação
Depois dos cigarros, os dois, mais confiantes deram um passo em direção ao Tiago, que fez o mesmo. Para mostrar boas intenções Tiago tirou o binóculo do pescoço e colocou no chão. Os tripulantes com medo recuaram 4 passos. Vendo isso, Tiago colocou novamente o binóculo no pescoço. Após isso, ambos os seres aproximaram-se novamente.
Os seres então tentaram uma nova comunicação. Eles começaram a falar e a gesticular por cerca de 15 minutos, até que, ouvindo o grito de Francisco chamando pelo amigo, recuaram lentamente, sempre de costas para o disco. Ambos deram um pulinho, elevaram-se no ar e entraram na nave, um depois do outro. O ultimo, com o busto ainda do lado de fora, apontou um objeto que emitiu uma espécie de chama azul que atingiu Tiago em sua coxa direita, onde sentiu um formigamento, seguido de um endurecimento em todo o corpo. Ele ainda conseguiu ver a janelinha fechar-se, a nave elevar-se uns 2 metros do solo, silenciosamente, desaparecendo em seguida. Foi então que Tiago perdeu os sentidos. Quando acordou, uma hora depois, já estava na Santa Casa, apenas com dores na coxa.
Representação do momento em que o Tiago foi atingindo por um feixe de luz. |
No local da aterrissagem do objeto a vegetação estava amassada num circulo de quatro metros de diâmetro e, dentro desta área, 3 buracos, correspondente às conchas nas quais se apoiavam as pernas do tripé. Tiago nesse dia ingeriu de 3 a 4 litros de água e dormiu muito. Nos dias seguintes ainda tomou água em abundância.
Marca deixada na vegetação e solo pelo pouso do objeto. |
Testemunhos adicionais
O MÉDICO – o Dr. Henrique Reis, em entrevista que concedeu à SBEDV no dia 19 de maio de 1973, declarou, por sua vez, que no mesmo dia da ocorrência examinou Tiago Machado, dos pés à cabeça na Santa Casa, durante uma hora, não encontrando nada de objetivo na perna ou no corpo. Achou normal a pressão sanguínea, a temperatura e a respiração. Ele notou apenas que o rapaz estava com o corpo duro e piscava muito, o que interpretou como pitiatismo. Acrescentou ainda que, a posteriori, achava realmente ter havido algum episódio com Tiago ligado a discos voadores, mas acha também que o jovem se comportara como vedete, embora admita ser o histerismo, muito mais raro no homem do que nas mulheres.
D. MARIA – A Sra. Maria dos Santos, vizinha de Tiago Machado, relata que no momento em que o caso ocorreu estava arrumando o filho para levá-lo ao colégio quando olhou para a janela e viu nas terras do Instituto Zootécnico da Indústria e Pecuária, do outro lado do vale do Bairro Pinheiro, um objeto muito reluzente, em formato de bacia emborcada, subindo e descendo numa altura de 2 a 3 metros do chão. Ela viu quando Tiago entrou no mato a procura do objeto.
Uns 30 ou 40 minutos depois chegou um menino correndo, esbaforido para dizer à mãe do rapaz que ele estava morrendo no alto do morro. D. Maria dos Santos e outra vizinha, Ana Maria Cleonice, acompanharam a mãe do rapaz, Sra. Maria Machado Metzler entrou mato a dentro atrás do rapaz. Encontraram-no caído, de olhos abertos mas “todo abobalhado” pálido, suando copiosamente e repetindo sem parar:
– Água, água, água…
Não se agüentando em pé ele foi arrastado pelas três senhoras para a casa mais próxima, do Sr. Francisco Hanse. Como ele começou a balbuciar palavras referentes ao ferimento da coxa D. Maria dos Santos rasgou suas calças na perna direita onde constatou um vergão esbranquiçado, como se fosse produzido por uma chibatada. A polícia foi avisada e acabou levando o jovem até o hospital. Segundo D. Maria, ao ser levado para o hospital o médico Dr. Henrique Reis apenas viu as roupas rasgadas de Tiago e teve uma impressão errônea do caso, mandando-o embora.
Às 17 horas daquele dia, o pessoal da Escola de Aperfeiçoamento de Aeronáutica, sediada na Base de Pirassununga, chegou à casa de D. Maria Metzler, fazendo perguntas e desenhos de acordo com indicações da própria vítima. Saíram logo depois e voltaram, por volta das 18 horas, com o Dr. Henrique dos Reis que, sozinho no quarto com Tiago, submeteu-o a exame.
D. Maria Santos acrescentou que, tanto ela como outras duas envolvidas que acudiram o rapaz passaram 3 dias consecutivos sem se alimentarem, bebendo apenas água e nervosas com insônia.
Rádio difusora
Os radialistas Cherubin Jota e José Carlos Elmôr, da Rádio Difusora de Pirassununga, ao se informarem dos fatos, se dirigiram ao IZIP. A essa altura, o OVNI já não estava no local.
Lá, encontram Tiago no chão, com uma mancha na perna direita, dizendo que havia sido atingido por um dos seres que ali estiveram. Visivelmente abalado, ali mesmo concedeu sua primeira entrevista, tentando explicar ocorrido.
Zé Carlos e Cherubim Jota voltaram a emissora para colocar a matéria no ar. Logo depois, ao retornarem ao IZIP, lá encontraram muitas pessoas que para lá se dirigiram, após a divulgação da noticia.
Segundo José Carlos Elmôr, tudo foi muito rápido. “Não houve tempo de preservar o local, o que só ocorreu com a chegada dos oficiais e do fotógrafo da Aeronáutica. Mesmo assim todas as providencias foram tomadas para preservar as evidencias ali constatadas.
A história continua
“Certa noite do ano de 1972 (tiago não se lembra do mês e dia exatos), um táxi parou em minha casa, com uma senhora que queria falar comigo. Eu nunca tinha visto aquela pessoa. Ela entrou em casa – o táxi ficou esperando – e disse para minha mãe: ‘eu queria conversar com seu filho’. ao vê-la, disse que não a conhecia e perguntei: ‘quem é você?’ Ela respondeu que era do disco voador e queria falar comigo.”
Tiago conta que ficou tomado de pânico, pensou em deter a mulher e chamar a polícia. E ela, comentando que ele estava muito nervoso, retornou ao táxi dizendo que voltaria no “dia 2” (Tiago esqueceu o mês), às 14h30.
A visitante era quase loira e trajava uma roupa bastante surrada, “aquelas roupas de ban-lon que se usavam na época”, e calçava sandálias amarelas, bem judiadas, especificou Tiago.
Ele, sua mãe, seu sobrinho e o vizinho procuraram depois o taxista, na tentativa de achar uma pista qualquer daquela mulher. E foram até a rodoviária, onde ficava o seu ponto.
“Conversamos com o rapaz do táxi e ele informou que não levou nenhuma mulher a minha residência. Mas os seus amigos o acusaram de ter saído com uma mulher para a minha casa, e ele (o motorista) teimou que nem saiu do seu ponto.”
Essa estranha discrepância entre o que os companheiros do ponto de taxi diziam ter visto e o próprio motorista negar, poderia indicar que ele estava sob controle mental? Acho essa uma hipótese que deve ser considerada.
A mulher reapareceu
No dia do novo encontro com a tal mulher, Tiago estava em São Paulo. Exatamente às 14h30, ele viajava num trem que seguia para o subúrbio e teve nova surpresa:
“Ela apareceu dentro do trem e veio conversar comigo, tentei segurá-la, mas ela deu uns três passos, assim na minha frente, e desapareceu!”.
Tiago procurou um médico da FAB, contou o ocorrido e recebeu esclarecimentos e instruções para o caso de a mulher tornar a aparecer. Entretanto, nunca mais ele foi procurado ou teve uma nova experiência com extraterrestres.
No programa Mesa Redonda da Rádio Difusora de Pirassununga, no dia 6 de fevereiro de 2014, ao ser questionado sobre a continuidade dos fatos, além dos já citados – da mulher que o contatou em sua casa e depois no interior de um trem em São Paulo apresentando-se como sendo do disco voador, Tiago disse que; por determinação da Força Aérea Brasileira, não estaria autorizado a tecer qualquer comentário sobre o assunto.
Uma coisa que me intriga nesse caso está relacionado justamente com essa mulher. Ela parecia humana, logo, totalmente diferente das criaturas da nave descritas pela testemunha. Por que ela insistia tanto em falar com ele ao ponto de se arriscar numa abordagem direta?
Há rumores de que os contatos posteriores continuaram a ocorrer com Thiago Machado até a morte dele, mas ele parou de relatar à imprensa, talvez com medo de ser alvo de piadas.
Reconhecimento mundial
O Caso de Tiago Machado é reconhecido e classificado pela ufologia mundial como de terceiro grau, quando há algum tipo de comunicação entre os tripulantes do OVNI e o observador.
O caso de Pirassununga repercutiu e chamou a atenção de pesquisadores da Associação Brasileira de Estudos de Civilizações Extraterrestres, representada por Willi Wirz, que entrevistou as testemunhas do fato e, mais tarde, redigiu um relatório encaminhando-o a Londres.
Entre os últimos documentos do caso Tiago Machado, está um e-mail de março de 2006, do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, que responde um questionário feito pelo ufólogo sobre o caso de 1969.
Nesta resposta, o departamento disse que possui no arquivo, um relato pessoal sobre o mencionado fato, em papel sem timbre oficial, sem data da sua produção e origem descrita.
Mas, de acordo com o decreto n.º 4553, de 27 de dezembro de 2002, que dispõe sobre a “salvaguarda de dados, informações, documentos e materiais sigilosos de interesse da segurança da sociedade e do Estado, no âmbito da Administração Pública Federal”, o material não poderia ser fornecido e respondido por ser considerado sigiloso.
PROGRAMA MESA REDONDA – ENTREVISTA COM TIAGO MACHADO – DIA 6/02/2014 Braga, Márcio, Zé Carlos, Rolando e Tiago. |
Registro feito pela Aeronáutica de Pirassununga, momentos após o ocorrido. Detalhe de um dos buracos. O OVNI se apoiava numa espécie de tripé. Foto: Sgto Ênio Beal. |
Registro feito pela Aeronáutica de Pirassununga, momentos após o ocorrido. A foto mostra o estado em que ficou a vegetação no local onde o OVNI havia pousado. Foto: Sgto Ênio Beal. |
É possível encontrar uma considerável quantidade de material referente ao Caso Tiago Machado na rede. Abaixo deixo um vídeo com o depoimento do protagonista do caso narrando o ocorrido: